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Nike, Centauro e Netshoes amarram seus cadarços no varejo

  • 24/02/2012
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Há uma triangulação em curso no varejo esportivo. No centro do gramado, tocando a bola de pé em pé, estão uma das maiores fabricantes mundiais do setor e dois dos principais revendedores do país. A Nike vem mantendo conversações com o Grupo SBF, do empresário Sebastião Bonfim Filho, controlador da rede de lojas Centauro, e a Netshoes, nome forte do comércio eletrônico. As tratativas passam pela criação de uma joint venture, que se tornaria responsável pela distribuição e venda de todos os produtos da Nike no mercado brasileiro. As lojas próprias que a empresa norte-americana já mantém no país também ficarão debaixo desta nova empresa. A tríplice tabelinha vem sendo feita com muito cuidado e cautela. Todas as três empresas sabem que entraram em uma estrada de mão dupla, um negócio com o qual têm muito a ganhar, mas que também traz um risco embutido. Não obstante a aposta na joint venture para alavancar suas vendas no Brasil, a Nike nem pensa em abrir mão da parceria com outras redes varejistas que comercializam seus produtos. Centauro e Netshoes, por sua vez, também terão de fazer contorcionismos e caprichar no jogo de cintura para evitar qualquer tipo de indisposição com outros grandes fabricantes de artigos esportivos. Até mesmo em razão desta delicada relação com outros parceiros, Nike, Centauro e Netshoes têm duas hipóteses sobre a mesa para o modelo de atuação da nova empresa. Uma delas, a mais óbvia, envolve a utilização das próprias lojas da Centauro e da estrutura de distribuição da Netshoes. No entanto, o trio discute uma alternativa: a criação de uma empresa do zero, que teria como acionistas não a Centauro e a Netshoes, mas, sim, seus controladores. Aos olhos das duas varejistas, este divórcio societário seria uma forma de evitar atritos com os demais fornecedores. Por ora, segundo uma fonte que acompanha as negociações, o certo mesmo é que o controle da joint venture será dividido em partes iguais pela trinca.

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