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Investidores decolam para os leilões aeroportuários

  • 29/12/2011
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Como se tivessem saído de uma caixa da Revell, as pequenas peças de aviões espalhadas sobre a mesa começam a se juntar, criando um mosaico de possibilidades para a disputa dos leilões aeroportuários. O processo de montagem de cada asa, turbina e instrumento de navegação é frenético e une investidores dos mais diferentes portes e de diversas latitudes. A seguir, três breves histórias de personagens e empresas que buscam um lugar na primeira classe das privatizações no setor. I. Sergio Andrade tem feito loopings em diversas direções com o objetivo de montar o que promete ser um dos mais fortes consórcios para a disputa das licitações de aeroportos. Nas últimas semanas, iniciou gestões com a Previ, que se uniria a  Andrade Gutierrez na operação. No entanto, em que pese o inquestionável poder de fogo do fundo de pensão, o grande trunfo que o comandante Andrade guarda em seu quepe é outro. Acionista da Cemig, o empreiteiro vem conversando com o governador Antonio Anastasia acerca da possibilidade de a estatal mineira entrar no negócio. A operação representaria um salto triplo para a empresa. Em vez de mirar apenas a formação de um grande player da área de energia, a estratégia de diversificação da Cemig passaria a contemplar a transformação da companhia em um grupo integrado de infraestrutura. A sinergia com a Andrade Gutierrez seria o motor de arranque. Além do setor aeroportuário, a associação com a empreiteira permitiria a  estatal entrar em novos segmentos, como concessões rodoviárias. II. Quem também pretende disputar as privatizações do setor aeroportuário é David Neeleman, fundador da Azul. O empresário está em busca de parceiros para a empreitada. Entre outros investidores, conversou recentemente com Julio Bozano, um dos sócios originais da companhia aérea. Manteve contatos também com o fundo norte-americano Advent. Ele está de olho nos aeroportos de Guarulhos e de Viracopos, espécie de hub da sua companhia aérea. O empresário ainda estuda se entrará no negócio como pessoa física ou por meio da Azul. III. Enquanto os futuros concorrentes se movimentam, o Grupo MPE tem vivido dias nervosos. A derrota para a Engevix e a argentina Corporación America na disputa pela concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, acendeu um sinal de alerta. Os sócios Mário Aurélio Pinto e Renato Ribeiro Abreu estão revendo a estratégia da empresa para os próximos leilões do setor. Os dois empresários estudam a venda de ativos para capitalizar a MPE com vistas a s futuras licitações. Uma das empresas que deverão ser negociada é a Agromon, dona de três fazendas no Mato Grosso. Paralelamente, a busca por parceiros se intensificou. A MPE está em negociações com a construtora mineira ARG para a montagem de um consórcio. Quem também deverá entrar nesta esquadrilha é a Global, empresa que tem origem na área de energia elétrica. Com todo o respeito aos futuros parceiros, os sócios da MPE ainda acham pouco. Querem chegar ao guichê dos leilões de braços dados com uma grande empresa da área de concessões e um fundo de investimento.

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