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Marfrig prepara novo abate de frigoríficos

  • 10/02/2011
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Ontem pela manhã, ao embarcar em seu próprio jatinho que o levaria do Rio de Janeiro de volta para São Paulo, o empresário Marcos Molina não conseguia esconder o sorriso e o ar de satisfação. A missão da véspera havia sido muito bem cumprida. Na última terça-feira, o dono do Marfrig passou parte do dia reunido com dirigentes do BNDES, acionista da companhia. Saiu do banco com vontade de matar um boi e fazer um churrasco de arromba para celebrar o resultado da reunião. Molina recebeu sinal verde para novas aquisições. O BNDES está disposto, se necessário, a aumentar sua participação no frigorífico para financiar um novo e agressivo plano de expansão, com a compra de empresas tanto no Brasil quanto no exterior. Durante a reunião no BNDES, foi apresentada uma relação de empresas que são objeto de interesse do Marfrig. O primeiro nome da lista é o frigorífico Mataboi, com sede em Araguari (MG). Molina já teria mantido conversações com a família Dorazio, controladora da empresa. O Mataboi tem seis unidades de abate em cinco estados e seu faturamento anual está na casa dos R$ 600 milhões. Trata-se de uma companhia razoavelmente arrumada, ainda que o termo não pareça se encaixar ao setor de frigoríficos. A empresa tem significativa inserção comercial no exterior. Metade do seu faturamento é proveniente de exportações. Outras empresas avaliadas pelo Marfrig seriam a Arantes Alimentos, que tem uma dívida superior a R$ 1 bilhão, e a Quatro Marcos, também em recuperação judicial. Com o apoio do banco, Molina entraria em cena para desatar um nó que aperta a jugular do governo, evitando o risco de continuidade das duas empresas. De sua parte, o empresário também resolveria um problema. O objetivo de Molina com a nova rodada de aquisições é ampliar a capacidade de abate e, consequentemente, a produção interna de matéria-prima para a operação industrial do grupo, a começar pela Seara.

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