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GP tempera a carne para IPO da Fogo de Chão

  • 24/03/2010
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A GP e os empresários Arri e Jair Coser vão mudar o cardápio de investimentos da Fogo de Chão, uma das maiores redes de churrascarias do país. Por trás da nova estratégia há um forte aroma de IPO, tanto na Bovespa quanto na Bolsa de Nova York. O pé de apoio do projeto é uma guinada no eixo de expansão da companhia. O avanço nos Estados Unidos, onde a empresa tem 16 restaurantes, será mantido. No entanto, o centro das atenções em 2010 vai ser o crescimento dentro do Brasil. A empresa pretende triplicar a sua rede no país, hoje restrita a seis churrascarias. Serão abertas unidades no Rio de Janeiro, Recife, Curitiba e Vitória. A Fogo de Chão planeja ainda inaugurar mais três restaurantes em São Paulo, duplicando o atual número de lojas. Nos próximos três anos, deverá chegar também a outras grandes cidades paulistas, como Santos, Campinas e Ribeirão Preto. O novo e calórico menu de investimentos é obra dos chefs da GP, que desembolsaram mais de US$ 60 milhões para ficar com 40% da Fogo de Chão. Arri e Jair Coser sempre se notabilizaram por um ritmo mais cadenciado de crescimento no Brasil, sobretudo após a investida no mercado norte-americano. A GP, no entanto, trabalha com um timing diferente. Seus gourmets não têm nada contra o bife ancho ? ao contrário, concordam que há poucas carnes no mundo mais saborosas do que o miolo do contrafilé uruguaio. Porém, a GP quer, desde já, preparar o caminho para sua futura saída do negócio. A receita prevê a engorda da Fogo de Chão com vistas a  posterior abertura de capital em Bolsa, incluindo o lançamento de ADRs em Nova York. Não é um prato dos mais fáceis de se preparar em se tratando do setor em questão. Vide o exemplo da Advent. No fim do ano passado, o fundo norte-americano tentou fazer o IPO da IMC, seu braço na área de gastronomia. Mesmo tendo um reforçado portfólio de ativos, foi obrigado a suspender a operação por causa da inapetência dos investidores. A GP, no entanto, aposta no recente desempenho da Fogo de Chão para deixar o mercado com água na boca. O principal trunfo da empresa são os recentes resultados da operação brasileira, um dos motivos para a guinada no planejamento estratégico. Mesmo com a crise mundial, o lucro dos restaurantes no país cresceu, em média, 25% em 2008 e 2009, índice bem superior ao das lojas dos Estados Unidos.

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