“B” de boi, de BNDES e de bilhões

  • 2/07/2015
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 No que depender do BNDES, vai ter, sim, mais dinheiro para a JBS. As portas do banco estão abertas a novos financiamentos para o grupo, se assim as circunstâncias pedirem. A assertiva se sustenta em duas premissas, uma de ordem regulatória e outra financeira. A resolução publicada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na semana passada, referente aos limites para a exposição da BNDESPar a uma única empresa, em nada afeta a possibilidade de futuros aportes na JBS. Segundo uma fonte do BNDES, o atual peso da companhia no estoque de operações da agência de fomento sequer arranha o limite de 25% do Patrimônio de Referência imposto pelo CMN. O banco não divulga o percentual por considerá-lo informação sigilosa. Mas não custa lembrar que a triangulação feita com o Tesouro e a Caixa Econômica Federal em 2012 abriu ainda mais espaço para um eventual aumento da participação no grupo. Na ocasião, o BNDES transferiu o equivalente a 10% da JBS para a União, que, ato contínuo, repassou o ativo para a CEF, como forma de capitalizar o banco. Para o BNDES, o maior estímulo a novas operações com a empresa de alimentos vem da última linha do balanço. Como se costuma dizer na própria área técnica do banco, quem dera houvesse outras JBS. A participação representa a melhor taxa de retorno entre todos os investimentos realizados pela BNDESPar desde 2007, ano em que a instituição fez seu primeiro aporte na companhia. Somente nos últimos cinco anos, a alta das ações da JBS foi de 102% – no mesmo período, a variação do DI ficou em 61%. Conforme consta do estudo de caso recém-divulgado pelo próprio BNDES, o investimento na JBS já rendeu ao banco cerca de R$ 6 bilhões, cifra referente ao crescimento do valor de mercado da empresa ao longo de oito anos. Para o BNDES, além do retorno financeiro per si, há ainda outro ganho decorrente do investimento na JBS, tão ou mais valioso do que aquele reportado em seu balanço. O maior alvo das críticas ao modelo adotado pelo banco nos últimos anos tornou-se exatamente a sua principal peça de defesa e desqualificação de seus detratores. Os resultados da companhia são a melhor resposta aos grupos de interesse que dispararam contra a política de cavalos vencedores, usando-a como mote para fazer as piores ilações em relação aos critérios e procedimentos do BNDES.

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