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Club Med vive seu inferno astral no Brasil

  • 16/05/2011
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O tradicional tridente deixou de ser apenas uma logomarca para o Club Med. Tornou-se metáfora sob medida para o inferno em que vive o grupo hoteleiro no Brasil. O Metrus ? fundo de previdência privada dos funcionários do Metrô de São Paulo e sócio dos franceses no hotel de Trancoso, na Bahia ? declarou guerra ao grupo. A fundação contratou uma auditoria contábil e jurídica para passar um pente fino nos números da operação. A diretoria do Metrus está insatisfeita, para se dizer o mínimo, com a gestão e os sucessivos prejuízos do hotel. A entidade hospeda no seu balanço uma perda de aproximadamente R$ 25 milhões nos últimos oito anos. Trata-se de uma parceria que já nasceu torta e nunca mais endireitou. O acordo de acionistas firmado entre o Metrus, por meio da Epilife Empreendimento e Participações, e o Club Med em 2003 garantia ao fundo de previdência privada uma remuneração mínima correspondente a  variação acumulada do IGP-DI acrescidas de 6% anuais nos dois primeiros anos de operação. No entanto, esta meta jamais foi alcançada, muito em função da necessidade de novos aportes no hotel. Desde então, os prejuízos só fizeram aumentar. O embate com o Metrus é apenas uma das pontas do tridente que espeta o Club Med no Brasil. Há ainda um imbróglio com o Itaú. Após a fusão com o Unibanco, os Setúbal herdaram a propriedade dos imóveis onde estão instalados o Club Med de Itaparica, na Bahia, e Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. A parceria remonta a  década de 70, quando o então banco dos Moreira Salles se associou aos franceses. Há cerca de dez anos, o Unibanco decidiu se desfazer de suas ações e, em troca, ficou com a posse dos imóveis. O Itaú considera o negócio um péssimo investimento. Com os prejuízos em sequência, que interferem no valor pago pelo aluguel, o banco decidiu colocar os dois empreendimentos a  venda. A medida tem causado calafrios no board do grupo francês. No contrato de locação, não há qualquer cláusula que garanta a permanência do Club Med nos dois hotéis em caso de venda. O comprador pode simplesmente chegar e despejar os franceses dos imóveis. A terceira haste do tridente encravada nas costas do Club Med é a dificuldade em levantar o complexo do Peró, resort projetado para Cabo Frio, Na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Os franceses têm penado na busca de parceiros para o empreendimento, orçado em R$ 150 milhões. A Agenco foi sondada, mas pulou fora. Houve também frustradas negociações com o empresário Ricardo Amaral.

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