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A dança das cadeiras no management da Zamp, anunciada na última sexta-feira, não deverá ficar restrita à saída do CEO, o ex-McDonald’s Paulo Camargo, e da VP de Gente e Gestão, Patrícia Nicieza. O que se diz dentro da própria empresa é que o futuro CEO, ainda a ser escolhido, chega com “licença para matar, ou seja, para promover um choque de gestão na holding. O novo executivo terá carta branca do Mubadala, acionista controlador, para promover novas mudanças na administração.
Pelo peso de suas funções, os mais visados são os vice-presidentes de Operação das quatro redes de fast food do grupo – Burger King, Popeyes, Starbucks e Subway -, que atuam como uma espécie de “vice-CEO”. Por “licença para matar” entenda-se também autonomia para fechar restaurantes, realizar cortes de pessoal, espremer franqueados e repensar a estratégia de negócio de cada uma das marcas. O desafio é tornar a operação rentável.
Algo que o ex-McDonald’s Paulo Camargo não conseguiu em sua efêmera gestão, de apenas sete meses. Sequer passou perto. Entre janeiro e setembro de 2024, a holding acumulou perdas de R$ 150 milhões, muito próximo do prejuízo registrado em igual período no ano anterior (R$ 157 milhões). Consultada, a Zamp limitou-se a dizer que “as informações sobre a saída de Paulo Camargo e Patricia Nicieza estão disponíveis no Fato Relevante, publicado pela companhia na CVM”.
Perguntada sobre novas mudanças na gestão, fechamento de restaurantes e demissões, a empresa silenciou.
O Mubadala assumiu o controle da Zamp no início de 2024. Naquele momento, a empresa tinha sob o seu guarda-chuva o Burger King, seu grande ativo, e o Popeyes. De lá para cá, incorporou também as operações do Starbucks e do Subway. A integração de todas essas empresas acabou se revelando mais complexa do que se imaginava.
O que a Mubadala pretende agora é uma reestruturação dentro da reestruturação. A questão é como colocar no mesmo prato culturas corporativas divergentes, dezenas de fornecedores diferentes, produtos com logísticas distintas e situações operacionais e financeiras díspares. Tanto Starbucks quanto Subway vêm de uma crise no Brasil, em razão da derrocada da SouthRock, que detinha a licença e gestão das duas marcas no país e entrou em recuperação judicial.
Ambas as redes fecharam lojas, acumularam dívidas e atrasos no pagamento de aluguel de imóveis. Pode demorar mais do que o desejado, mas certamente o Mubadala vai colocar tudo nos eixos.
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