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Destaque
Haddad e Gleisi divergem sobre colocar medidas fiscais no colo dos parlamentares
10/06/2025A dificuldade de negociar com o congresso alternativas ao aumento do IOF também está dividindo o Planalto. O ministro Fernando Haddad mantém sua posição de que as propostas para cobrir o rombo orçamentário devem provir do Executivo. A ministra Gleisi Hoffmann, por sua vez, pensa diferente. Ela acha que a escolha das medidas fiscais, notadamente as estruturantes e as que atingem a área social, devem ser colocadas no colo do Congresso.
Elas teriam um impacto politicamente deletério. Por isso, a necessidade de mudar o mando de campo, o que permitiria anunciar com estardalhaço que o governo apoia democraticamente as decisões do Congresso. Nesse pacote estaria incluída também grande exposição sobre o corte dos incentivos fiscais. Ontem mesmo, com o pouco que se decidiu, Lula e companhia puderam sentir a rebelião empresarial, com lobbies descarados se espelhando nas telas de TV e invadindo as redes sociais.
Se caminhar por essa trilha, o grande capital antecipa a campanha eleitoral e anuncia já o apoio ao bolsonarismo. Haddad é parcimonioso e prefere esticar as tratativas com o Congresso, porque acha que o governo – e principalmente ele, como eventual candidato do PT na eleição presidencial – podem ficar no fifty to fifty: metade do que o governo propõe passa e outra metade fica afogada nas negociações. Essa solução parte da premissa de que o governo tem de onde tirar receitas “escamoteadas” no orçamento e que o buraco do IOF não é tão profundo como é dito.
Os incentivos fiscais são um abacaxi com uma casca mais grossa do que parece, e o miolo também é duro. Ou seja: entre os benefícios aos mais privilegiados estão as decisões do governo de financiar a troca de motocicletas e permanecer estimulando a construção de iates, só para citar algumas extravagâncias. Esquisitices, aliás, que a comunicação do Palácio do Planalto deveria valorizar no meio do bolo caso fossem suprimidas.
Haddad gostaria também que as partes caminhassem para uma iniciativa bem digerível: antecipar as medidas mais bravas depois de uma auditoria emergencial nos números em discussão. Tentar um “nem você, nem eu”. É tudo difícil, e há sempre o medo de que uma confrontação nesse momento delicado arranhe a própria democracia.
Segundo informações filtradas pelo RR, no caso das renúncias fiscais a relação de empresas “premiadas” já estaria na casa dos 65 mil, contra os 54,9 mil nomes divulgados publicamente pelo governo em novembro do ano passado. Com isso, as cifras foram recalibradas para cima, bem para cima, conforme o próprio Haddad deixou “escapar”. Há pouco mais de duas semanas, o ministro disse que o Brasil tem uma “caixa preta” de renúncias fiscais da ordem de R$ 800 bilhões, número bem superior aos R$ 500 bilhões divulgados no fim do ano passado.
A tentativa de responsabilizar o Congresso pela escolha das medidas fiscais – a linha Gleisi – seria também uma mudança de estratégia do Palácio do Planalto, uma subida no tom das disputas de narrativa em torno do ajuste fiscal. Em vez de tratar as renúncias fiscais como um tema técnico restrito ao Executivo, a Fazenda passaria a enquadrá-las como um problema político compartilhado — um passivo silencioso que drena recursos do Estado e, paradoxal e convenientemente, escapa ao debate parlamentar.
E Lula nisso tudo? Bem, o presidente se escusa da chamada dos líderes do Congresso para que se empenhe diretamente nas negociações. Enquanto o país estremece em meio às disputas entre os que perderão ou pelo menos ficarão onde estão, o presidente passeia, pimpão e faceiro, pelo mundo.

Destaque
Gestão Lula planeja choque de governança para deixar de ser “o último a saber”
25/03/2025
Política
PL atira em Itaipu para acertar em Gleisi Hoffmann
17/03/2025
Governo
“Risco Gleisi” paira sobre o Palácio do Planalto
18/02/2025A pressão de Janja para que Gleisi Hoffmann seja secretária geral da Presidência é maior do que a de todo o PT reunido. O Palácio do Planalto – leia-se principalmente Rui Costa – também torce pela indicação da presidente do partido para o cargo, que pode ser anunciada a qualquer momento, antes mesmo da reforma ministerial. As ideias de Gleisi e Costa se coadunam, notadamente em relação ao aumento do gasto público em programas que tenham impacto eleitoral. Ser secretária geral da Presidência não é pouca coisa. O cargo já foi ocupado pelo professor Luiz Dulci, um dos próceres do PT. Hoje quem auxilia Lula é o ex-deputado Márcio Macedo, de menor relevo na hierarquia do Planalto. No governo FHC 1, o manda-chuva era o economista Eduardo Jorge. Filiado ao PSDB, ele teve forte influência enquanto esteve na função, mas depois se enrolou em uma denúncia de corrupção. Na gestão FHC 2, o poder do secretariado aumentou, com a ocupação do cargo por dois dos mais influentes quadros do PSDB, Aloísio Nunes, seguido por Arthur Virgílio. A referência estelar de um secretário da Presidência – o nome da Secretaria foi alterado algumas vezes – foi a do coronel Heitor de Aquino, no governo do General Ernesto Geisel. Em dueto com o então ministro da Casa Civil, o general Golbery do Couto e Silva – ambos os mais próximos assessores de Geisel -, só não conseguiam fazer chover.
O risco que se corre agora é que Gleisi Hoffmann vire uma “Eduarda Aquina”, contrariando as políticas das demais Pastas do governo de dentro do gabinete da Presidência. Lula faz o que quer. Mas gosta de ouvir versões extremadas, fofocas, narrativas sobre os seus próprios ministro e auxiliares. Gleisi e Janja são boquirrotas e farão a alegria do presidente. Incomodarão, sim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que pensa mais no país do que nas eleições de 2026. Promoverão um ruído na comunicação da área econômica. É bom não esquecer que Gleisi é conhecida como perita em vazamentos para a imprensa. Não bastasse o inferno anunciado do ministro Haddad, o Planalto ficará suscetível e frequentado por personagens controversos, tais como o seu namorado Lindbergh Faria, que, não raras vezes, atrapalha o governo com declarações na mão inversa das políticas oficiais. Gleisi ainda não foi anunciada para o cargo, mas no próprio Palácio do Planalto ela já está escalada para a Secretaria. Se não for, Janja vai enlouquecer a convivência com o marido presidente.

Governo
Caixa prepara sua transição das loterias “fósseis” para as bets esportivas
2/10/2024A Caixa Econômica tem sido abordada por sites internacionais de apostas esportivas, dispostos a se associar à plataforma de bets que o banco pretende criar. A diretoria da Caixa ainda não decidiu se o negócio será 100% tocado dentro de casa ou ao lado de um parceiro, mas vem dando corda nas conversas.
O banco quer iniciar seu processo de “transição lotérica”, ou seja, reduzir sua dependência das modalidades “fósseis” – como a loteria esportiva, mega-sena, quina etc. – e migrar para as novas fontes de geração de grana, as bets esportivas.
Gleisi Hoffmann disse recentemente que a liberação das apostas foi “como se a gente tivesse aberto as portas do inferno”; Lula declarou que “Através do celular, o jogo está dentro da casa da família, na sala.
Estamos percebendo o endividamento das pessoas mais pobres”; Haddad afirmou que “tudo está sendo discutido para limitar as formas de pagamento e proteger as famílias”.
Mas é aquela velha história: a iniciativa da Caixa apenas corrobora que, no fundo, no fundo, o governo pensa mesmo é em pegar a sua parte nessa fezinha. Sob esse prisma, Paulo Guedes foi muito mais sincero e transparente na célebre reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando defendeu com unhas e dentes a abertura de cassinos no Brasil: “Deixa cada um se foder (SIC) do jeito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário”.

Política
Gleisi quer a cabeça do ministro das Comunicações
10/05/2023A presidente do PT, Gleisi Hoffman, interrompeu a trégua ao União Brasil: nos bastidores, tem feito forte pressão pela demissão do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Já teria até um nome para o cargo: Cezar Alvarez, ex-assessor da Presidência da República no primeiro mandato de Lula e ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações no governo Dilma Rousseff. A indicação conta também com o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Gleisi decidiu reabrir fogo depois que o União Brasil votou de forma unânime para derrubar as mudanças no marco legal do saneamento que haviam sido feitas pelo presidente Lula. Some-se a isso as manobras feitas no Congresso, com o apoio de parlamentares do União Brasil, para o adiamento da PL das Fake News.

Política
O desafio de silenciar Gleisi Hoffmann
18/11/2022O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, pediu com muito cuidado que a presidente do PT, Gleisi Hoffman, tenha um pouco mais de jeito em suas declarações referentes à área financeira. Gleisi tende a seguir o líder Lula e afrontar o mercado mediante qualquer pergunta sobra a volatilidade dos ativos. Só que Lula é Lula. Somente a ele é concedido o benefício de ter suas declarações relativizadas e contextualizados. Gleisi olha para o mercado como as ele fosse uma entidade ou um ente. Ontem mesmo declarou espevitada que o mercado não tem fome. Ora o “mercado” somos todos nós mediados por instituições autorizadas por nós, que queremos ganhar vantagem uns sobre os outros. Gleisi, advogada firmada, e Guido Mantega, um inacreditável professor de economia, precisam ser convencidos seriamente de que não poder dar declarações sobre economia. Menos mal que Mantega, após uma série de lambanças, deixou o comitê de transição.
Ciro e Gleisi trocam tapas que não doem
8/05/2018Não era para ser assim, mas o chumbo trocado entre Gleisi Hoffmann e Ciro Gomes tem produzido um efeito de ocupação midiática muito além do imaginado – e desejado – pela concorrência. Os adversários da esquerda chegam a considerar que melhor seria se ambos estivessem se acarinhando na imprensa. Segundo breve pesquisa, ontem, no Google, Ciro e Gleisi conseguiram triplicar o noticiário do PDT e do PT em relação às legendas da direita, noves fora assuntos relacionados à prisão de Lula, é claro.
Do lado do PT, Gleisi se auto-escalou praticamente solitária para morder o candidato do PDT, que responde de volta com farpas dirigidas à senadora. Os dois aparentemente sabem até onde podem ir. Gleisi não agride a inconstância partidária de Ciro, assim como este não alude às investigações da Operação Lava Jato sobre ela. Os outros generais do PT, Fernando Haddad, Jaques Wagner e Patrus Ananias, potenciais candidatos a presidente, estão inseridos em um script diferenciado.
Todos reiteram sua disposição de manter uma janela entreaberta para que Ciro venha a ser cabeça de chapa de uma coalizão de esquerda. Ou seja, tem conversa aí. O candidato do PDT mantém a coerência. Se Lula vier candidato, retira-se do pleito. Mas, como Lula não vem e ele tem seu próprio partido e sua candidatura é competitiva, Ciro vai tocando o bonde. A posição isolada de Gleisi, apesar do seu posto de liderança partidária, deixa mais confortável o partido para pular no barco do pedetista.
É como se a bronca fosse de Gleisi. Se bem que, como sempre, tudo dependerá quase que exclusivamente do arbítrio de Lula. O “presidente do fato” do PT já trocou mordidela com Ciro. Mas até as ruas asfaltadas que vão de São Bernardo à Av.Paulista sabem do pragmatismo de Lula, capaz de juntar José Dirceu, Roberto Requião e Paulo Maluf na mesma caçamba de alianças. Por enquanto, os puxões de orelha de Gleisi favorecem Ciro, que aproveita o atalho na mídia para ir empurrando seu discurso. Mas ele sabe que esse jogo tem cartas marcadas. Ou seja: à medida que Lula posterga a indicação do seu preferido, vai fragilizando as candidaturas da esquerda, inclusive o poste do PT. Até lá o casal 20 vai trocando tapas sem beijos.
Duro na queda
26/10/2016O Planalto vai trocar a direção de Itaipu Binacional até dezembro. O que mais chama a atenção, neste caso, não é nem a mudança, mas a sobrevida do diretor-geral da estatal, o petista Jorge Samek, que já contabiliza sete meses de governo Temer. Longevidade, aliás, é uma das marcas do executivo. Ligado a Lula e à senadora Gleisi Hoffman, Samek está no cargo desde 2003. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Itaipu Binacional.