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Segundo informações que circulam na “corrente elétrica” do setor de energia, a General Atlantic está rondando a Enel. A gestora norte-americana tem feito sondagens com o objetivo de se associar ou mesmo adquirir ativos em geração renovável dos italianos no Brasil. Um dos mais cobiçados é o complexo Lagoa dos Ventos, no Piauí, maior parque eólico da América do Sul, um investimento da ordem de R$ 9 bilhões.
Os contatos entre General Atlantic e Enel dizem muito sobre o atual momento de uma e de outra no país. Em conversas reservadas com investidores do setor, representantes da gestora afirmam categoricamente que ela será um serial buyer de projetos em desenvolvimento e de usinas eólicas e fotovoltaicas já em operação no Brasil. A primeira grande sinalização veio em janeiro, quando os norte-americanos adquiriram o fundo de investimento inglês Actis.
Com o negócio, assumiram todo o portfólio dos britânicos em energia no mercado brasileiro, incluindo um pacote de linhas de transmissão compradas anteriormente junto à EDP e uma participação de 26% na Serena, a antiga Omega Energia – a empresa soma uma capacidade instalada de 2,7 GW em geração solar e eólica, além de outros 6 GW em projetos no pipeline. Do lado da Enel, por sua vez, o presente é sabidamente conturbado. Os italianos têm sido forçados a concentrar esforços na Enel São Paulo, distribuidora que vem sendo duramente pressionada por autoridades e pela própria população paulista pelos recorrentes apagões no estado.
A necessidade de aumentar os investimentos na empresa tem levado o grupo a cogitar a venda de ativos no Brasil. Ao menos uma das possibilidades aventadas já está no radar dos italianos há pelo menos dois anos: a negociação do controle da Enel Ceará. Além dos problemas no Brasil, a Enel também tem feito uma rearrumação do seu portfólio em transição energética na América do Sul. Em maio, vendeu, por um total de US$ 1,3 bilhão, suas participações de 87% na Enel Generación Peru e de 100% na também peruana Compania Energetica Veracruz. O comprador? Fundos de investimentos da Actis, que agora atende pelo nome de General Atlantic. Que mundo pequeno… Procurada pelo RR, a Enel não quis comentar o assunto. A General Atlantic, por sua vez, não retornou.
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