Política

A nova profissão de fé de Eduardo Cunha

  • 13/09/2024
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O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, a mais perfeita inspiração do atual no1 da Casa, Arthur Lyra, conversa aqui e ali sobre a possibilidade da criação de um Partido dos Evangélicos. O ex-deputado acha que o crescimento do neopentecostalismo na política brasileira é inexorável. Do ponto de vista ideológico, os religiosos já estão cimentados na extrema direita. Mas, no entendimento de Cunha, não são um ativo vitalício de Bolsonaro. O capitão pode perder seu rebanho se ele se fragmentar e encontrar seus próprios representantes políticos, digamos assim, sem intermediários.
Cunha sempre esteve entrosado com os evangélicos. Tentou montar um título de capitalização para os religiosos em sociedade com Arthur Falk, o então dono do finado Papa Tudo. É do ramo. E acha que somente a fé fará frente ao poder das redes sociais. No seu mundo ideal, as duas forças combinadas criariam um partido imbatível. Na Câmara, sua filha, a deputada Danielle Dytz da Cunha, sonda os parlamentares sobre a ideia. Diga-se de passagem, que não chega assim a ser algo tão inovador. Em meados do século passado, o arquiconservador filósofo católico Jackson de Figueiredo defendeu um Partido Católico, provocando uma tumultuosa discussão pública. É difícil? É. Mas, em termos de uma galáxia política extravagante, conforme se tornou a estrutura partidária brasileira, não chega a ser uma proposição desprezível. E seu defensor não precisa mais exibir suas armas para mostrar o quão eficiente e ameaçadora é a sua capacidade de manipulação.

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