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Sai a Sabesp e entra a BRK no radar da Aegea Saneamento

  • 28/06/2024
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A decisão da Aegea de não apresentar oferta pela Sabesp está longe de significar um momento de inapetência de seus controladores – Equipav, GIC, fundo soberano de Cingapura, e Itaúsa. Pelo contrário. No setor, a interpretação é que a companhia guardou munição para outro investimento de grande porte.

Fontes da área de saneamento ouvidas pelo RR apontam a Aegea como a mais forte candidata à compra da participação de 70% da Brookfield na BRK Ambiental. O passo seguinte seria a consolidação dos ativos em uma única holding, um conglomerado com atuação em mais de 600 municípios e uma receita líquida de R$ 19 bilhões e um Ebitda combinado de R$ 8 bilhões, a números do ano passado. Ou seja: um negócio de porte não muito distante ao da Sabesp – a empresa paulista registrou faturamento de R$ 25,5 bilhões e um Ebitda de R$ 9,6 bilhões em 2023.

Com um cenário mais vantajoso, na visão de dirigentes do setor. No caso de um M&A com a BRK, Equipav, GIC e Itaúsa serão os controladores da nova companhia. Na Sabesp, a Aegea seria apenas acionista de referência, com um poder de mando sempre indexado ao governo de São Paulo, que manterá uma participação no capital. Além disso, havia a poison pill.

A Aegea foi sabidamente contrária à cláusula que obrigará o futuro acionista da Sabesp a fazer uma oferta pelas ações em mercado, com ágio de 200%, se atingir uma participação de 30%. Consultadas pelo RR, Brookfield e Aegea não se manifestaram.

A fatia de 70% da BRK Ambiental nas mãos da Brookfield é avaliada em aproximadamente R$ 6,3 bilhões.

O cálculo se baseia no valor lançado pelo FI-FGTS em seu balanço de 2023: sua participação de 30% na empresa de saneamento está marcada a R$ 2,7 bilhões. No mês passado, a Brookfield contratou o BTG, o Itaú BBA e o Santander para avaliar possibilidades de desinvestimento na BRK Ambiental – conforme noticiou o Valor Econômico no dia 27 de maio. Os canadenses trabalham com duas hipóteses sobre a mesa: a venda de ativos operacionais e a negociação do controle da companhia.

O que corre à boca miúda no setor é que este segundo cenário é o preferido da Brookfield. E, ao que tudo indica, da Aegea também.

#Aegea Saneamento

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