Buscar
Acervo RR
A recente reestruturação administrativa da Weg Motores teve diversos vencedores e um perdedor: o presidente da empresa, Harry Schmelzer. A criação de novas diretorias divididas por unidades de negócio garantiu a ascensão de alguns executivos e, em contrapartida, reduziu o poder de Schmelzer, que teria perdido influência sobre algumas áreas, entre elas a de energia. O redesenho tem sido visto dentro da Weg não como ato final, mas como um rito de transição. Os acionistas estariam preparando o terreno para outras mudanças, incluindo a substituição do próprio Schmelzer. Na bolsa de apostas para o eventual substituto de Harry Schmelzer, já despontam os nomes de Siegfried Kreutzfeld, nº 1 da unidade de motores, e de Sergio Schwartz, vice-presidente do grupo. Schwartz, por sinal, foi o executivo que saiu mais fortalecido da recente dança das cadeiras. Deixou a diretoria internacional e, na vice-presidência, passou a ter sob sua jurisdição as áreas de finanças, controladoria, TI e o departamento jurídico. Consultada pelo RR – Negócios & Finanças, a Weg, por meio de sua assessoria de imprensa, negou mudanças na presidência. Harry Schmelzer tem uma biografia de respeito na Weg. Está há mais de 30 anos na empresa, onde começou como estagiário, O executivo é muito ligado aos controladores do grupo. Ele assumiu o comando há dois anos levando sobre os ombros o peso de uma história. Nunca antes a presidência havia sido entregue a um executivo não pertencente a família Silva, uma das fundadoras do grupo. O empresário Eggon João da Silva comandou a companhia desde a sua fundação, no início da década 60, até o fim dos anos 80. Em 1989, passou o cetro para seu filho, Décio da Silva, que ficou no cargo até 2008, quando a família decidiu profissionalizar a gestão. No entanto, o calendário da economia mundial não ajudou Schmelzer. Poucos meses após a sua nomeação, eclodiu a crise global. O executivo teve de tourear a queda nas vendas, sobretudo das exportações, cortes de investimentos e uma desgastante negociação com os funcionários para a redução dos salários. Os resultados da Weg em 2009 sinalizaram uma recuperação. Ainda que o Ebitda e a receita líquida tenham recuado, respectivamente, 18,4% e 6,4% em relação a 2008, o lucro ficou praticamente empatado ? R$ 548 milhões no ano passado, contra R$ 560 milhões no exercício anterior. Ainda assim, os controladores da empresa estariam descontentes com o rumo de alguns negócios, caso das unidades de energia e de motores.
Todos os direitos reservados 1966-2024.