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Com seu proeminente rosto plastificado e a energia de um jovem púbere, o senador Álvaro Dias, presidenciável do Podemos, circulava entre executivos e endinheirados no último sábado (dia 18), no hangar 2 do Aeroporto de Congonhas, pertencente à Icon, empresa de taxi aéreo contradição de serviços à classe política. Eram 9 horas e alguns dos presentes arriscavam uma bicada no whisky Blue Label, presença obrigatória em qualquer listagem da nobreza dos puro malte. O destino da maioria era Brasília, meca do mundo e submundo eleitoral. Curioso o fato de frequentadores de jatinhos chegarem ao aeroporto com antecedência. Raramente seus voos atrasam, e eles ficam lá, aguardando no bem-bom. O candidato do Podemos abdicou das mordomias da casa. Preferiu aproveitar o ínterim para entoar sua campanha em dó maior. Com a voz empostada se dizia indignado com a pesquisa da XP Investimentos, que apresentou Fernando Haddad (PT) como “candidato de Lula”. Com esse enunciado, o petista chegou a 15% das intenções de voto. “Vou pedir na próxima pesquisa para me apresentarem como Álvaro Dias, candidato das torcidas do Corinthians e do Flamengo e do Sérgio Moro. Ou melhor, candidato do Papa”. Expoente entre useiros e vezeiros da aviação executiva, o senador subtraiu momentaneamente do seu discurso o marketing da pobreza, assim como os dizeres de que não usaria recursos do Fundo Partidário. No hangar 2, Álvaro Dias era o candidato de um outro “Podemos”, o “podemos tudo.” Exceção seja feita a conquistar a Presidência da República
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