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A China Three Gorges (CTG) prepara uma oferta de compra da Eletropaulo. O negócio será feito por intermédio da EDP – Energias do Brasil, controladora da EDP Bandeirante, de São Paulo, e da capixaba EDP Escelsa. Segundo a fonte do RR, muito próxima das negociações, a CTG está tratando do assunto há uma semana com a AES, controladora da Eletropaulo. No lado vendedor do balcão está Charles Lenzi, que foi o responsável pela venda da AES Sul para a CPFL. O executivo comanda a Eletropaulo desde o início do ano, quando foi feita uma separação dos negócios nas áreas de geração e distribuição. O objetivo do grupo norte-americano é focar sua atuação no Brasil em geração. Procuradas, CTG e AES não se pronunciaram. A aquisição é vista pelos chineses da CTG como a grande chance para ter escala e disputar a liderança do segmento de distribuição no país, ultrapassando a CPFL. Com a compra da Eletropaulo, a EDP pulará da sexta para a segunda posição no ranking do segmento, com 13% de participação contra 14% da CPFL. Os chineses terão algumas vantagens em relação à concorrente com a aquisição. A Eletropaulo sozinha tem receita de R$ 14 bilhões, equivalente a 70% do faturamento da CPFL. Juntando a distribuidora paulista, a Bandeirante e a Escelsa, a EDP terá receita de R$ 23 bilhões e o maior mercado consumidor de energia do país. O outro lado da moeda é que a CTG terá de resolver uma equação que a AES não conseguiu solucionar nos últimos anos. Apesar do aumento do faturamento da Eletropaulo, que subiu de R$ 9 bilhões em 2013 para R$ 14 bilhões no ano passado, a companhia paulista viu o lucro cair em dez vezes desde 2011. Hoje está apenas em R$ 100 milhões. O nível de endividamento ainda é alto e a qualidade do passivo também piorou. A dívida líquida esse ano é de R$ 3,9 bilhões contra R$ 3,5 bilhões em 2015. O custo, que era de CDI mais 1,43% a.a., está em CDI mais 1,85% a.a. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado subiu de 2,7 no primeiro trimestre de 2015 para 3,1 no mesmo período desse ano. Para completar, o prazo médio de amortização do endividamento caiu de 5,05 anos para 4,48 anos. A CTG tem pressa nas negociações porque sabe que quanto mais o tempo passar maior será o risco de enfrentar concorrentes. A própria CPFL tem interesse na Eletropaulo, apesar da grande probabilidade de sofrer o veto ou ao menos restrições do Cade devido à participação quase monopólica no estado de São Paulo.
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