Na táxi-aéreo de Sirotsky sempre cabe mais um

  • 4/12/2013
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Da série As peripécias de Nelson Sirotsky: acredite se quiser, uma confortável poltrona fiscal em dois ou três jatinhos poderá fazer o milagre de juntar, pela porta de entrada e de saída, o dono da RBS, o técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo e o onipresente Eike Batista. O enredo é rocambolesco. Em primeiro lugar, é preciso entender o que Sirotsky tem a ver com Luxa. O biliardário dos pampas é torcedor e mecenas do Grêmio Futebol Clube, daqueles de abrir a carteira em situações de dificuldade financeira. Luxemburgo foi técnico do Grêmio. Os dois têm seu aviãozinho. Há rumores de que Luxa, inclusive, está prestes a fazer um upgrade e trocar seu jatinho. E Eike com isso Bem, Eike quase não tem mais aviões talvez dois, ou um mas é dono de uma empresa de táxi-aéreo, que um dia foi guarda-chuva para sua frota e hoje é uma casca fiscal do que sobrou das suas aeronaves. O empresário quer vendê-la rapidamente, sinal de que pretende se desfazer de seus aviões, um símbolo de riqueza ostensiva nunca bem visto em empresas em recuperação judicial. Começou pedindo R$ 1 milhão e chegou a iniciar conversações com as Casas Bahia. O negócio iria a reboque da venda de um jato Falcon, que acabou sendo comercializado. Eike já aceita receber R$ 500 mil pela operação de táxi-aéreo. Não é de hoje que Nelson Sirotsky está a  cata de uma companhia de fretamento de aeronaves para reduzir os custos relativos ao seu jatinho. O delegado para essa missão é seu irmão Pedro Sirotsky, a quem chama de o mano pobre da família, segundo línguas vituperiosas. Pobre em termos relativos, mas muito prestativo. Na última edição da feira Labace, Disneylândia dos jatos e helicópteros, Pedro estava lá, mirando a compra de uma fretadora e discutindo também uma operação de time sharing. A empresa de Eike é a bola da vez. Luxa embarcaria com Nelson nessa poltrona fiscal. Em qualquer dessas hipóteses, o voo do Gatsby do Rio Grande será chacoalhado por emoções fortes. Segundo dez entre dez funcionários do aeroporto Salgado Filho, seu parceiro no compartilhamento do jato LAT Citation 10 é o empresário Renato Conill, top nas listas do Ministério Público e da Receita Federal. Conill, dono de mais de uma dezena de empresas, entre elas a Sa¼dMetal, tem dívidas tributárias superiores a R$ 200 milhões. Os motivos para essa paixão pelo risco são atávicos. Em bom “gauchês”, Nelson Sirotsky nunca foi um homem de andar com a chincha na virilha e o estribo froucho. Prova disso, a escolha do seu sucessor na RBS, seu sobrinho Duda Melzer, churrasqueador de gaúchos no grupo pampeiro. Quem indica sorrindo um dizimador e aceita níveis tão elevados de desamor dos seus segura a mossa de qualquer Conill. O imperador da RBS é daqueles que aguenta qualquer tirão.

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