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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vive um dos seus momentos de “Escolha de Sofia”. Precisa decidir se corta mais recursos na carne, notadamente nas renúncias fiscais do Estado, ou confessa um déficit primário superior em R$ 40 bilhões à previsão original de R$ 139 bilhões. Nessa hipótese, o déficit primário deste ano seria maior do que os R$ 154 bilhões de 2016.
O novo rombo de R$ 40 bilhões seria adicional ao buraco de cerca de R$ 50 bilhões anunciado por Meirelles no fim do primeiro trimestre juntamente com as respectivas medidas saneadoras. Conta dali, conta de lá, o déficit primário de 2017, não fossem contabilizados os cortes e receitas extraordinárias na primeira correção de rota, superaria os R$ 200 bilhões. Entra na projeção do novo déficit a conclusão de que há um componente estrutural na rigidez da arrecadação, que responde a uma renovada composição dos setores da economia no PIB (a indústria em franco descenso e o setor terciário em alta) e à resiliência do binômio desemprego e baixa recuperação da absorção doméstica.
Se quiser cortar, Meirelles terá de reduzir a conta de benefícios. Não se sabe se é esta medida ou se novos impostos o que mais afeta negativamente a popularidade do governo. Se não ceifar as renúncias fiscais – despesas com pessoal e custeio já não há mais para tesourar – e confessar que o déficit é maior e o governo não tem como resolver o desequilíbrio das contas públicas neste ano, Meirelles pode até pedir o boné.
No mínimo, perde os poucos cabelos que lhe restam. Há ainda uma variável esquizofrênica em meio à discussão do ajuste fiscal. Um vazamento da Secretaria Geral da Presidência da República prenuncia um gasto com investimentos públicos da ordem de R$ 59 bilhões. O “krypto New Deal” do Planalto é chamado de Plano Avançar. Os recursos não estão previstos no orçamento e ninguém imagina de onde podem sair. Meirelles não usa cartola, mas tem de tirar vários coelhos de algum lugar.
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