Tag: Paulo Pimenta
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Análise
Com ou sem Pimenta, a comunicação do governo Lula segue insossa
27/06/2024![](https://relatorioreservado.com.br/wp-content/uploads/2023/05/lula-rr-16-05.png)
Política
Até quando a reputação de Lula resistirá ao governo Lula?
10/05/2024Uma coisa é Lula. Outra coisa é seu governo. A cada pesquisa da Quaest, indicando um descolamento da popularidade do presidente e da avaliação do seu terceiro mandato, a orelha do ministro chefe da Secom, Paulo Pimenta, fica mais vermelha. Se ele não fosse da cota direta de Lula, já teria sido incinerado no cargo. O instituto de pesquisas revela que 50% da amostragem enxergam o presidente de forma positiva. Mas apenas 33% aprovam o seu governo, uma diferença de praticamente 20 pontos percentuais. É o pior índice alcançado pelo petista, em todas as suas gestões. Se vale de alguma explicação, o próprio Pimenta acusou que o maior erro do governo em 2023 foi na sua área, ou seja, na comunicação, especialmente a digital.
No Palácio do Planalto os dados da Quaest não revelam nenhuma contradição, mas, sim, um péssimo trabalho da Secom. O RR apurou junto a um parlamentar do PT que a última chance de Pimenta é conduzir um exitoso trabalho na comunicação das medidas para o enfrentamento da tragédia do Rio Grande do Sul. As ações terão de ser certeiras. Difícil. Ontem mesmo, o governo fez uma trôpega divulgação do pacote de ajuda ao estado no valor de R$ 50,9 bilhões. O número por si só já carregava um forte apelo: é mais do que o dobro dos R$ 19 bilhões que, segundo estimativa do próprio governador Eduardo Leite, serão necessários para a reconstrução das cidades atingidas pelas chuvas. No entanto, o anúncio se limitou à antecipação do pagamento de benefícios à população gaúcha, como abono salarial, seguro-desemprego, Bolsa Família, Auxílio Gás, restituição do Imposto de Renda etc. Não que a iniciativa não tenha valor. No entanto, o governo nada disse sobre as medidas que serão adotadas para a recuperação estrutural do Rio Grande do Sul: zero de detalhes sobre plano de ação, prazo, órgãos federais envolvidos, lista de prioridades, custo de cada obra. Silêncio absoluto.
Antes mesmo da catástrofe do Rio Grande do Sul, já havia um incômodo crescente no Palácio do Planalto em razão do diagnóstico de que o governo tem muito a mostrar, mas os erros na comunicação impedem que essas ações sejam devidamente percebidas pela população. Há realizações de impacto direto para a população, como o aumento e a nova política de reajuste do salário mínimo, de acordo com a inflação, e o crescimento do PIB; a ampliação da taxa de isenção do IR para quem recebe até R$ 2.824; a queda continua no IPCA, tanto em 2023 (4,62% frente a 5,79% em 2022) quanto nas projeções para 2024; o PIB reiteradamente acima das expectativas, chegando a praticamente 3% em 2023 e já estimado em mais de 2% para 2024, segundo o último relatório Focus; os números do Desenrola, que negociou R$ 32 bilhões em dívidas em 2023, tornando-se um dos maiores programas do gênero no mundo. E tem mais: emprego, renda, consumo, carteira assinada, e por aí vai. Ora, tudo isso não seria suficiente para mover o ponteiro a favor do governo? Qual a diferença para Lula 1 e 2, quando, mesmo com uma gestão ortodoxa da economia, as políticas compensatórias se refletiam rapidamente nos índices de aprovação da gestão?
A primeira resposta, de acordo com as fontes ouvidas pelo RR, é que o atual governo patina para criar marcas, como foram o Bolsa Família e mesmo o PAC, com todos os seus – muitos – problemas. Na ausência desses fatores, a avaliação positiva recairia na “bandeira” que resta ao Planalto: o próprio Lula, apesar de suas gafes quase diárias. A última foi dizer que o seu maior bastião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “pode errar que o seu governo vai dar certo”. Já um segundo problema de efeito direto para a baixíssima avaliação da gestão seria a resistência na inflação dos alimentos. Um dado exemplificaria o tamanho do buraco: enquanto o IPCA de abril confirma a tendência de “queda livre” (que o BC não nos ouça), desacelerando para 0,21%, o grupo de alimentos cresceu 0,61%, praticamente o triplo. O mal-estar gerado pela sensação de que “nada muda” no custo de vida funcionaria como uma “sombra” de pessimismo sobre todos os resultados de Lula 3. E explicaria, por exemplo, dados aparentemente irracionais, como a percepção de que o desemprego aumentou (o que não é verdade), para 43% dos entrevistados pela Quaest, e o poder de compra diminuiu (67%).
Pelo menos uma solução já está à vista: a utilização de todas as armas para baixar o preço de itens essenciais de alimentação, entre elas a possibilidade aberta pela tragédia no Rio Grande do Sul. A percepção é que, diante da comoção gerada no país, medidas que antes provocariam intensa resistência no mercado e mesmo no Congresso passarão batidas. O cataclisma de Porto Alegre pode dobrar a resiliência do Legislativo em aprovar as medidas que ajudariam a concluir a reforma tributária e aumentar a arrecadação. No meio da liberação de recursos, e eles não podem faltar, passariam também alguns contrabandos, tais como ocorreu no governo Bolsonaro com a moratória dos precatórios.
Para o Palácio do Planalto, pimenta nos olhos da oposição é refresco, e nos olhos de Pimenta é caldo de malagueta. Não bastasse essa unanimidade palaciana contrária à sua performance no cargo, de todos os lados o ministro da Secom recebe más notícias. Agora terá de se virar com as denúncias apresentadas pelas lideranças da oposição e da minoria na Câmara dos Deputados, apresentadas à Procuradoria-Geral da República. A motivação seria o abuso de autoridade após o governo federal ter pedido investigações pela suspeita de propagação de fake news por políticos da bancada do Rio Grande do Sul. O que é pior: as fake news teriam sido usadas durante a enchente de Porto Alegre e cercanias. Pode ser que Pimenta seja deslocado para alguma secretaria particular de Lula no próprio Palácio do Planalto. Mas não se espantem com o desfecho da história. O slogan dessa temporada bem pode ser: “Janja vem aí”.
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Governo
Paulo Pimenta quer limpar a barra do governo ou a sua própria?
27/03/2024Em meio à lavação de roupa suja dentro do governo pela queda de popularidade de Lula, o ministro da Secom, Paulo Pimenta, está pleiteando recursos adicionais para o órgão – além dos cerca de R$ 640 milhões já previstos no Orçamento deste ano. Além das mídias convencionais, Pimenta quer descarregar dinheiro em publicidade nas redes sociais, território em que a oposição pinta e borda. No entanto, solicitação do ministro da Secom encontra resistências dentro do governo – o ministro da Casa Civil, Rui Costa, é um dos seus maiores críticos. Há quem diga que Pimenta está mais preocupado em melhorar a própria reputação do que a do governo.
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Política externa
Pimenta ou diplomacia? Planalto discute reação a ataques de Milei contra Lula
23/11/2023Há uma divisão dentro do Palácio do Planalto em relação ao tratamento que deve ser dado aos ataques feitos por Javier Milei contra Lula. O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, tem defendido uma reação mais contundente, com a divulgação de um comunicado oficial da Presidência da República repudiando os termos usados por Milei para se referir a Lula – entre os quais “ladrão” e ex-presidiário.
Um impulsivo Pimenta já disse publicamente que o presidente brasileiro só deveria entrar em contato com o futuro chefe de governo argentino após receber um pedido de desculpas. Na contramão de Pimenta, Celso Amorim tem desempenhado o papel que lhe cabe, o do diplomata. Amorim rechaça a ideia de um posicionamento formal contra Milei. Pragmaticamente, prega que o novo presidente argentino ainda está sob os efeitos da disputa eleitoral e as coisas vão se resolver como sempre se resolveram: a partir das relações de Estado.
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Uma rara vitória da Lava Jato
5/05/2021Segundo o RR apurou, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) negou pedido do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) de divulgação dos nomes dos procuradores norte-americanos que tiveram acesso aos arquivos da Lava Jato, assim como das informações colhidas por eles. Pimenta busca provas de que Deltan Dallagnol e cia. teriam repassado ilegalmente dados das investigações à Justiça dos Estados Unidos. Dallagnol pode respirar melhor, mas muito provavelmente será um alívio efêmero. Quer seja com Jair Bolsonaro, que seja com Lula no Palácio do Planalto, a batata do procurador vai assar.
“Greenwald Livre”
12/07/2019Parlamentares do PT e do PSOL articulam a criação de uma bancada pela liberdade de imprensa. A ideia é encabeçada, entre outros, pelos deputados Paulo Pimenta e David Miranda, companheiro de Glenn Greenwald, editor do The Intercept. Seria um gesto simbólico e profilático contra eventuais tentativas da Justiça ou do MPF de impedir a divulgação das mensagens entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol e cia.