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Os dois serviços de crédito pessoal recém-anunciados pela Vivo – PIX parcelado e antecipação do saque-aniversário do FGTS – são apenas a ponta do iceberg. A operadora de telefonia pretende construir, tijolo por tijolo, um amplo ecossistema de produtos financeiros, nos moldes da estratégia desenvolvida pela Telefónica, sua controladora, na Espanha e em outros países. A empresa já solicitou ao Banco Central licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD). Os ibéricos estão convictos de que têm uma jazida de ouro dentro de casa: sua carteira com mais de 110 milhões de clientes no Brasil, sendo 98 milhões na telefonia móvel.
Que fintech parte de uma base como essa?
Segundo informações apuradas pelo RR, a Vivo já tem estudos para comercializar crédito direto ao consumidor, empréstimos consignados, seguros pessoais e soluções de pagamento digital. Trata-se de um mosaico de produtos pensados para pessoa física. Mas a companhia vê espaço para, em um segundo momento, oferecer crédito e outros serviços mais para seus clientes corporativos.
As peças parecem se juntar em um encaixe perfeito. Além das operações de telecomunicação stricto sensu, nos últimos dois anos a Vivo avançou significativamente no segmento comercial por meio de contratos de armazenamento em nuvem, cibersegurança, big data e venda e aluguel de equipamentos de TI. Entre 2022 e 2023, as receitas com essas rubricas cresceram 20%, atingindo a marca de R$ 3,5 bilhões. Procurada pelo RR, a Vivo não se pronunciou.
Os espanhóis dispõem de instrumentos cruzados para alavancar os negócios dessa ˜Vivo fintech”. A princípio, todos os produtos financeiros ficarão concentrados na Vivo Pay, plataforma lançada, ou melhor, relançada no último mês de março, a partir da antiga Vivo Money. Esta última, ressalte-se, tinha como modelo a Movistar Money, app de crédito pessoal da Telefónica na Espanha e em países da América Latina, como México e Colômbia.
A Vivo dispõe também da Wayra, seu braço de venture capital. O fundo será um importante veículo para a incorporação de fintechs no Brasil. Intramuros, os ibéricos discutem também a possibilidade de atrair novos parceiros para o negócio. Ou, quem sabe, “velhos” parceiros. No mercado, fala-se do interesse da Polígono Capital, leia-se BTG e Prisma Capital, de aumentar seus investimentos na Vivo Pay.
A dupla já aportou cerca de R$ 250 milhões na plataforma. Há informações também de que a Vivo avalia aumentar os subsídios para a venda de smartphones em suas lojas ou, em determinados casos, oferecer o dispositivo quase que gratuitamente. Seria uma forma de colocar a sua “fintech” na mão de um número maior de clientes e de acelerar o ritmo de crescimento do seu braço financeiro.
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