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O novo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, carrega debaixo do braço uma pasta repleta de reivindicações do setor sucroalcooleiro. Leva também ao presidente Michel Temer o recado de que um dos tantos erros de Dilma Rousseff foi ter ignorado um segmento que gera divisas internacionais, é intensivo em mão de obra e, acima de tudo, dá voto. A missão do governo é brecar um processo de esfarelamento que pode ser mensurado pela dramática escalada no número de recuperações judiciais no setor. Do início de 2015 para cá, 14 empresas entraram em regime de RJ, com um volume de dívidas superior a R$ 9 bilhões. O mais novo sócio deste “clube do bagaço” é o Grupo Farias, uma das maiores sucroalcooleiras do Nordeste, com faturamento anual de R$ 1,2 bilhão. Dona de seis usinas, a companhia pernambucana protocolou nos últimos dias pedido de RJ. Seu passivo é da ordem de R$ 1 bilhão. Desse total, aproximadamente R$ 350 milhões entraram no pedido de recuperação. A preocupação com o soerguimento da atividade sucrooalcoleira é uma sinalização de que Michel Temer dará prioridade a setores da indústria com forte impacto social. Ao longo de 2015, o segmento fez mais de 35 mil demissões, a maior parte de trabalhadores do campo, notoriamente uma mão de obra de baixíssima qualificação.
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