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Economia
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acabou de soltar uma sondagem fresquinha sobre a performance da indústria da construção no mês de junho. O relatório foi direto para o staff dos ministros da Fazenda e da Indústria e Comércio, respectivamente, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, os mais sensíveis à principal causa apontada pelos empresários para a estagnação do setor: a elevada taxa de juros, que, em ambiente de crédito restritivo, atinge a saúde financeira das empresas. Em segundo lugar, mas relativamente bem abaixo, estão a elevada carga tributária e a burocracia excessiva, ambas com caráter mais estrutural e sem prazo de solução. Os relatórios da CNI são enviados sempre para as equipes dos ministérios. Pelo menos na Fazenda, o paper normalmente é visto como uma commodity. Desta vez, no entanto, o RR ouviu que o documento foi considerado o subsídio da hora.
A sondagem revela que as expectativas dos industriais da construção civil melhora para o próximo trimestre. Mas não diz quanto. A Selic poderia cair 0,7 pp ou 1 pp. O governo quer bem mais. O documento serve como mais um argumento para Haddad soltar alguns murros no Copom, que tem reunião nesta semana, e para Alckmin, com seus apelos suaves, dar alguns piparotes no colegiado do Comitê. Eventualmente, o próprio Lula deve dar uma cacetada daquelas no seu melhor estilo. Se a construção puder subir um pouquinho, são grandes as possibilidades de o desemprego romper a barreira dos 8% – um índice já excepcional, considerando os últimos quatro anos – e ingressar na faixa dos 7%
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