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Governo

Governo e bancos travam nova queda de braço no consignado do INSS

9/01/2025
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O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) está reunido neste momento em sessão extraordinária, em Brasília, para decidir o teto de juros do consignado do INSS, oferecido para cerca de 35 milhões de beneficiários do instituto. No primeiro encontro do ano, novamente, bancos e o governo estão em posições antagônicas. Enquanto o Ministério da Previdência Social colocou na mesa a proposta de um índice de 1,80%, as instituições financeiras sugerem 2,14%. O colegiado é formado por seis representantes do governo, seis de entidades ligadas aos trabalhadores e outros seis membros indicados pelos empregadores. O teto do consignado está em 1,66% ao mês, desde junho de 2024, mesmo com o aumento de 10,50% para 12,25% da taxa Selic, a partir de setembro. Os bancos alegam que as taxas fixadas pelo CNPS inviabilizam os empréstimos consignados para aposentados e pensionistas.

#Banco #INSS #Ministério da Previdência

Economia

Governo está a uma vírgula de zerar o déficit primário nas contas de 2024

9/01/2025
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O secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, está incumbido pelo ministro Fernando Haddad de catar coquinho nas contas públicas para zerar o déficit primário. Mello, ainda nesta semana, se antecipou e projetou um buraco de 0,4% para 2024, quase na esquina do intervalo de tolerância de 0,25%. Vale tudo: empoçamento, contingenciamento, redução de despesa, contas a pagar, revisão de cadastro. Mas o número de Mello foi somente uma trucagem. No momento em que o mercado precifica um déficit na faixa de 0,8% no resultado primário de 2024, Haddad anunciou ontem que o provável número será um “rombo” de 0,1%. Significa dizer que o governo estaria a uma agulha de alcançar a meta colocada pelo próprio ministro, de zerar o déficit, um resultado com forte valor simbólico. Haddad honraria o compromisso de trazer o primário para o zero a zero. O timing em cima da hora do anúncio permite concluir que o percentual já está dado. O ministro não divulgaria um resultado praticamente cravado senão tivesse elementos para isso. O arranjo da comunicação com Mello, jogando o déficit primário para cima, daria condições ao ministro de surpreender o mercado com um resultado bem melhor e ter algum argumento para combater as catastróficas previsões fiscais.

Guilherme Mello tem a difícil missão de achar uma forma de zerar o déficit. Mas, para o governo, a grande vitória no coliseu das contas orçamentárias seria um superávit primário em 2024 mesmo que minúsculo, da ordem de 0,1%. Seria um presentaço para Lula nesse início de ano, em que os números do setor real foram muito acima da curva e o entroncamento entre o fiscal, o monetário e o recrudescimento da inflação turvou o cenário de melhoria da qualidade de vida da população. E o como o mercado deverá interpretar esse resultado inusitado?

Segundo as fontes do RR, as instituições financeiras provavelmente farão forfait para a surpresa. Podem até prosseguir piorando o Focus, com a potencialização da variável Donald Trump. E mais: dirão que o resultado primário é fake, pois um caminhão de despesas foi excluído do orçamento devido ao critério de excepcionalidade. Outro argumento que deve correr na raia dos analistas é que nenhuma das iniciativas com o objetivo de trazer as contas públicas para a proximidade – ou dentro – da meta é estruturante. Seriam apenas floreios fiscais passageiros, medidas que até podem mudar o placar, mas deixam a sensação de que a derrota por pênaltis após o tempo normal é inexorável.

De qualquer forma, os avanços possíveis continuam esbarrando na perspectiva de uma melhor comunicação do governo. Haddad tem a qualidade de passar tranquilidade, mas não transmite vibração e ar de conquista. Tudo aquilo que anunciou como positivo teve um efeito gélido sobre o mercado. Mesmo a esperada reforma tributária alcançou poucos minutos de glória. Aliás, reforma que ainda se encontra encalacrada. A ver se todas as medidas, manobras e bons resultados eventuais do governo serão recebidos com desdém.

O diferencial dessa equação pode ser um jogador já escalado, mas que ainda está se aquecendo para a partida. O nome da peça é Sidônio Palmeira, novo chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo. Sidônio será uma espécie de Paulo Guedes da Comunicação. Guedes, quando ministro da Economia, pairava sobre todos os ministérios. Sidônio terá a mesma condição de onipresença e onipotência. Na sua competência residem parte das condições eleitorais competitivas de Lula e o PT. Em ordem de grandeza, o papel de mitigar a situação encalacrada do governo, era um díptico, com Haddad e Lula. Agora tornou-se um tríptico, com Sidônio se consolidando como a terceira perna. Será um bom teste para saber se a comunicação tem o condão de arrumar a bagunça. E se as conquistas do governo, parcas ou não, vão ressoar junto àqueles que formam as expectativas.

 

#Déficit Primário #Ministério da Fazenda

Destaque

Embrapa busca adubo financeiro no mercado de venture capital

9/01/2025
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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e seus assessores discutem medidas para aumentar a capacidade de investimento da Embrapa. As conversas passam, sobretudo, por um modelo de parcerias com o capital privado, mais precisamente fundos de venture capital e agtechs. A proposta sobre a mesa é buscar sócios para o desenvolvimento e execução de projetos específicos, o que permitiria à estatal montar algo como um ecossistema de SPEs.

A necessidade da empresa de captar recursos extraorçamentários cresce à medida em que seu portfólio de pesquisas avança para áreas mais sofisticadas e dispendiosas. É o caso da produção de bioinsumos, de programas de melhoramento genético vinculados a metas de sustentabilidade e do desenvolvimento de culturas mais resistentes a extremos climáticos.

Fávaro e sua equipe vislumbram a possibilidade de a Embrapa sorver uma parcela dos investimentos de fundos nacionais e estrangeiros em biotecnologia no Brasil. Hoje, a empresa passa praticamente ao largo desse veio de recursos, que vem de nomes cada vez mais graúdos. A suíça Syngenta, uma das maiores fabricantes de sementes do mundo, liderou a maior captação de uma agtech no país em 2024, a rodada de R$ 300 milhões na Agrolend.

A AGCO, gigante global de máquinas agrícolas, lançou um fundo de capital de risco já com ativos no Brasil. Até o ex-Posto Ipiranga está despejando combustível no setor. A Yvy Capital, gestora de Paulo Guedes e do ex-presidente do BNDES, Gustavo Montezano, levantou R$ 300 milhões para investir na Solinftec, startup de agricultura de alta precisão. Nos últimos dois anos, as agtechs brasileiras receberam quase R$ 4 bilhões em aportes, ou o equivalente a 75% dos investimentos de venture capital em agronegócio em toda a América Latina.

Já são mais de duas mil startups do agro no país, segundo dados do Ragar Agtec, produzido pela própria Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens.

Na teoria, o projeto de Carlos Fávaro tem lógica. Na prática, é que são elas. Sua execução exigirá uma exaustiva costura política e o convencimento do PT. Ao menos das alas mais radicais, que costumam ver as coisas não como elas são, mas por uma ótica particular e enviesada. Ainda que o modelo de parcerias com fundos de venture capital e agtechs não mexa um porcento sequer no capital da Embrapa, não faltarão vozes no partido se levantando contra a “privatização” da empresa e sua “entrega” para o capital estrangeiro. Assim é se lhe parece.

A estatal, simbolicamente, é vista quase como uma Petrobras do setor agrícola, o que aumenta a reação a qualquer tentativa de aproximação com investidores privados. O fato é que Carlos Fávaro não tem muito para onde correr. Logo que assumiu o Ministério, no início de 2023, Fávaro falou em construir a “Embrapa do futuro”.

Não obstante a empresa ser um orgulho nacional e reconhecidamente um dos maiores lócus de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, o ministro ainda não conseguiu dar o impulso esperado à estatal. O grande obstáculo é o de sempre: as amarras orçamentárias. Praticamente 90% das verbas da Embrapa estão comprometidos com o custeio. Ao longo de 2024, a presidente da estatal, Silvia Massruhá, gastou sola de sapato em Brasília na tentativa de destravar cerca de R$ 500 milhões para investimentos. Conseguiu não mais do que um terço desse valor.

#Carlos Fávaro #Embrapa #Ministério da Agricultura

Empresa

Os caminhos da Iguatemi para anabolizar seu caixa

9/01/2025
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No mercado já se dá como líquido e certo que a Iguatemi vai buscar um reforço de caixa para financiar seu cada vez mais agressivo plano de aquisições. Há informações, inclusive, de que a empresa estuda alguns caminhos para a captação de recursos, notadamente uma emissão de dívida ou um follow on. Na última oferta de ações em Bolsa, realizada em setembro de 2022, a companhia dos Jereissati levantou R$ 720 milhões. Em dezembro, a Iguatemi comprou as participações da Brookfield nos shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis, ambos na capital paulista, um negócio de R$ 2,6 bilhões. Em julho, já havia adquirido 17% do Rio Sul, no Rio de Janeiro, por R$ 360 milhões. Quem priva dos planos dos Jereissati sabe muito bem que eles não vão parar por aí. Procurada pelo RR, a empresa informou que “não comenta rumores de mercado”.

#Brookfield #Shopping Iguatemi

Real estate

Funcef faz check out em seus investimentos em hotelaria

9/01/2025
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Há um zunzunzum no mercado hoteleiro de que a Funcef avalia vender a sua participação de 100% no Vila Galé Eco Resort de Angra, no litoral sul do Rio de Janeiro. Ainda não há uma decisão tomada. No entanto, o fundo de pensão tem conduzido um processo de reestruturação da sua carteira imobiliária, notadamente no setor hoteleiro. Seria mais um passo nesse sentido. No mercado, a própria Vila Galé, que opera o resort, é apontada como o mais forte candidato a assumir o controle do negócio em caso de venda do controle. A exemplo do que acaba de ocorrer no caso do Vila Galé Eco Resort do Cabo de Santo Agostinho (PE). No fim de dezembro, o grupo português comprou o ativo junto à Funcef. Em contato, a fundação informou ao RR que “todas as transações realizadas são públicas e os ativos selecionados para alienação estão disponíveis para consulta no site. Por ora, o Eco Resort de Angra não aparece na lista. Como o Eco Resort do Cabo de Santo Agostinho, esse já vendido, também não aparece.

#Funcef

Política

Bolsonaro joga com duas peças para a eleição no Distrito Federal

9/01/2025
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O estilo caótico de fazer política de Jair Bolsonaro está provocando faíscas na sua base aliada no Distrito Federal. A senadora Damares Alves tem recebido sinais de Bolsonaro encorajando-a a se candidatar ao governo do DF no ano que vem pelo Republicanos. Ocorre que o ex-presidente já havia se comprometido a apoiar uma chapa encabeçada pela atual vice-governadora Celina Leão (PP), outra bolsonarista de carteirinha, a exemplo de Damares. Esta seria uma peça de uma articulação ainda mais ampla e sensível, que incluiria a candidatura do atual governador, Ibaneis Rocha, ao Senado. Ao piscar um olho para Damares e outro para Celina, Bolsonaro cria um clima de tensão entre seus aliados. Além de dar munição àqueles que pregam que o ex-presidente é um político, no mínimo, demasiadamente volúvel, para não se dizer inconfiável.

#Celina Leão #Jair Bolsonaro

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