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Novela da Ricardo Eletro esquenta nos bastidores

  • 22/11/2023
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A recuperação judicial da Ricardo Eletro tornou-se uma novela, não exibida ao grande público. O script reúne reviravoltas, tensões, intrigas e disputas entre “mocinhos” e “vilões”. Este último papel, ao menos aos olhos dos credores, tem sido atribuído aos empresários Ricardo Nunes e Luiz Carlos Batista, os antigos controladores da companhia.

No roteiro em questão, escrito por bancos, fornecedores e ex-funcionários, as baterias estão voltadas contra a dupla. Segundo o relato de um credor ao RR, ex-trabalhadores estariam se mobilizando para cobrar judicialmente de Nunes e Batista o pagamento de antigas dívidas da Ricardo Eletro – o passivo total incluído na RJ é superior a R$ 4 bilhões.

Não estão sozinhos. De acordo com a mesma fonte, os advogados do atual acionista e gestor da empresa, o investidor Pedro Bianchi, também estudam medidas judiciais para responsabilizar os ex-acionistas na física. A ofensiva jurídica teria como o objetivo o bloqueio e arresto de bens pessoais dos empresários para a quitação de débitos.

O informante do RR destila sua indignação contra os ex-acionistas da Ricardo Eletro, notadamente o fundador da empresa, Ricardo Nunes. Revolta esta que seria compartilhada por boa parte dos credores. Entre eles circulam fotos supostamente recentes de Nunes em situações, digamos assim, de aparente conforto financeiro – em viagens a locais, como Ibiza e Trancoso, ou pilotando o que seria o seu próprio helicóptero.

De acordo com a mesma fonte, as imagens serão anexadas ao processo contra os antigos controladores. O RR fez tentativas de contato com Ricardo Nunes, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. A publicação não conseguiu localizar Luiz Carlos Batista. Também procurada, a Ricardo Eletro não se manifestou. O espaço segue aberto para o posicionamento de todos.

Há algo de remake nesses próximos capítulos desse folhetim. Caso o pedido de bloqueio do patrimônio dos ex-acionistas da Ricardo Eletro se confirme, os advogados dos credores trabalhistas estarão seguindo os passos de Itaú Unibanco e Santander. Os bancos entraram com uma ação requerendo o arresto de imóveis, valores em contas bancárias e veículos de Ricardo Nunes e Luiz Carlos Batista.

Cobram dos antigos proprietários da rede varejista uma dívida de R$ 102 milhões. A eventual investida contra Ricardo Nunes e Luiz Carlos Batista pode colocar ainda mais eletricidade em uma trama já repleta de twists e plot twists. Em pouco mais de um ano, a Ricardo Eletro já teve sua falência decretada em três ocasiões pelo TJ-SP. Em todas elas, os advogados da empresa conseguiram reverter a decisão. Enquanto isso, Pedro Bianchi tenta fechar um acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para a repactuação de dívidas tributárias em torno de R$ 1,8 bilhão, acordo que afrouxaria um dos garrotes amarrados à rede varejista.

Ao mesmo tempo, trabalha para retomar as operações. Desde o fim do ano passado, abriu cinco lojas, sob uma nova bandeira, Nossa Eletro, e lançou um site de e-commerce, com aproximadamente mil itens. Essa é a parte do enredo em que a companhia busca a sua redenção, um happy end. Mas, ao que tudo indica, e a julgar pelo cenário traçado pelos credores, ainda há muito a se percorrer até o epílogo dessa eletro-novela.

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