Memorial da anistia ou da corrupção?

  • 19/08/2019
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A Polícia Federal vai concluir até o fim do mês o inquérito que investiga o desvio de recursos públicos para a construção do Memorial da Anistia, em Belo Horizonte. Segundo a fonte do RR, ao menos três servidores da Universidade Federal de Minas Gerais, responsável pela execução das obras, deverão ser denunciados. O acervo de possíveis delitos é extenso.

A PF reuniu evidências de que museólogos contratados para a montagem do Memorial prestaram serviços para o Instituto Lula às custas do empreendimento. Os investigadores apuram ainda a eventual existência de um esquema de “caixinha” imposto aos funcionários, que seriam obrigados a repartir uma parcela do salário com dirigentes da UFMG. Pairam ainda acusações de fraudes em pagamentos autorizados pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), contratada para produzir o material das exposições.

Procurada, a UFMG informou que, “como há um processo sub judice, está impedida de se manifestar por se tratar de procedimento sigiloso”. A PF e o Instituto Lula não quiseram se pronunciar. A Polícia Federal investiga as obras do Memorial da Anistia desde 2017, no âmbito da Operação Esperança Equilibrista. Em dezembro daquele ano, cinco dirigentes da reitoria da Universidade foram alvo de condução coercitiva. O timing do avanço das investigações da PF não poderia ser mais conveniente para o governo. Na semana passada, a ministra Damares Alves anunciou que as obras não serão concluídas, ao menos não na concepção original. Outro projeto deverá ocupar a área destinada ao monumento. Orçado em R$ 28 milhões, o projeto já consumiu aproximadamente R$ 12 milhões.

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