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Lula pode quase tudo, mas sabe menos do que se espera. Se tivesse sido informado pela presidente ou por seus mosqueteiros, não teria disparatado na tentativa de precipitar a votação do projeto semimorto de autonomia do Banco Central. Nem Lula quis, durante sua gestão, nem Dilma quer a independência do BC. Há pontos em comum na disposição histórica de ambos de manter a autoridade monetária sob rédeas. Governos que fazem da política social sua prioridade, a despeito do viés inflacionário, se sentem mais confortáveis com um Banco Central mais manso. Influenciado por Henrique Meirelles e Antônio Palocci, Lula cedeu a cantilena de que a medida seria uma ponte com o empresariado descontente e o capital internacional descrente. Deixou-se levar também pela ideia de que a autonomia do BC seria um peixe ávido por ser fisgado. Não faltariam aventureiros a procura de um mote capaz de torná-los mais críveis junto a s elites financeiras e industriais. Marina Silva e Eduardo Campos já se ordenaram na “Igreja do tripé” e não custaria muito proporem até que o BC se mudasse para outro continente. Já Aécio Neves criaria o “Banco das Garças” e o tornaria dependente apenas do departamento de economia da PUC-RJ. O fato é que Lula levou a Francisco Dornelles um aval não dado por Dilma para a condução do projeto no Senado Federal. Foi desautorizado publicamente, com o respeito que sua figura merece. E solicitado a desdizer suas declarações. Mas do que Lula não sabia? Ele não tinha sido informado sobre a disposição de Dilma em levar o presidente do BC, Alexandre Tombini, para o Ministério da Fazenda, ao mesmo tempo em que conduziria o empresário Josué Gomes da Silva para o Desenvolvimento – ver RR nº 4.740. Para o lugar de Tombini ascenderia um dos seus atuais diretores. Ou seja, nunca antes a Fazenda e o BC teriam estado tão indissociavelmente alinhados. A tese da independência seria substituída pela “nova dependência virtuosa”. A dúvida agora é se Dilma e Lula conseguem fazer com que a tese da autonomia do Banco Central suma do mapa. Uma saída seria antecipar a operação Tombini, empurrando Mantega para o Planejamento. De todo modo, como dizia o ex-ministro Raphael de Almeida Magalhães, quem tem voto é o presidente e não o BC. Quer dizer, então, que o Banco Central vai ficar independente da vontade do povo? Ou que o presidente vai ter de assinar o que o BC quer porque quer? Aceitamos apostas.
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