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Petrobras sopra para longe seus negócios na área de gás

  • 22/10/2013
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Em mais um capítulo de seu tour de force para fazer caixa e honrar os investimentos previstos, a Petrobras vai dar a partida em um drástico processo de desmobilização de ativos na área de distribuição de gás. Maria das Graças Foster determinou a criação de um grupo de trabalho que terá a responsabilidade de avaliar o desempenho financeiro e operacional de todas as empresas que integram a carteira de participações da estatal no setor. A direção da Petrobras pretende se basear neste levantamento para decidir quais ativos serão colocados a  venda. Graça Foster está empenhada em evitar que os interesses políticos, notadamente nos estados governados por partidos da base aliada, se sobreponham aos critérios estratégicos – por meio da Gaspetro, a companhia está no capital de mais de duas dezenas de concessionárias. A ideia é que o relatório seja submetido ao Conselho de Administração no início de 2014. Cálculos preliminares da Petrobras indicam que a venda de participações poderá gerar uma economia da ordem de R$ 3 bilhões – a cifra, ressalte-se, abrange apenas o montante que a estatal deixará de desembolsar em investimentos no setor. Há pelo menos dois anos, a direção da Petrobras discute mais amiúde a redução da presença no setor de distribuição, mas a questão sempre acabou atropelada por outras prioridades estratégicas. É bem verdade que o momento não parece ser o mais propício para a decisão. Diante das condições hostis do mercado, os ativos estão subapreciados. No entanto, a situação financeira da Petrobras, cada vez mais apertada, falou mais alto. Segundo informações obtidas junto a  própria estatal, o comando da empresa trabalha com a perspectiva de deixar o capital de oito a dez concessionárias. De antemão, pode se dizer que há algumas participações “imexíveis”. Seriam os casos da Gas Brasiliano, de São Paulo, e da CEG, no Rio de Janeiro, encravadas nos dois maiores mercados consumidores do país e, consequentemente, negócios rentáveis para a companhia. É pouco provável também que a Petrobras se desfaça de suas participações nas distribuidoras da Região Norte, só que desta vez por outro critério. A estatal tem um papel fundamental no abastecimento de gás nestas regiões, e o governo teme que sua saída do negócio cause desequilíbrios na oferta do insumo.

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