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Eletrobras gasta uma fortuna com um filho que não gerou

  • 11/10/2013
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O Grupo Alusa pariu Mateus, mas não quis embalá- lo. Agora, ao que tudo indica, o órfão vai acabar no colo da Eletrobras, a grande mãe do setor elétrico nacional. Por Mateus, entenda- se o projeto de construção da hidrelétrica de Sinop, no Mato Grosso, uma das mais importantes concessões licitadas pela Aneel no leilão de energia nova realizado no fim de agosto. Sócia minoritária da usina, a estatal deverá assumir integralmente o controle do empreendimento, tornando-se responsável pelas obras e pela operação da geradora. Na semana passada, o ministro Edison Lobão e o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, conversaram sobre a questão. Lobão teria, inclusive, levantando a possibilidade de o BNDES financiar parte da obra. A estatal já deu a partida no estudo de viabilidade contemplando a nova realidade societária, ou seja, 100% dos custos sobre os seus ombros. Significa dizer que, não obstante o caixa combalido, a Eletrobras terá de arcar com um gasto de aproximadamente R$ 2 bilhões que não estava previsto no seu orçamento. Isso, ressalte- se, no momento em que a companhia negocia com o governo uma indenização de R$ 14 bilhões por conta das perdas com a nova política tarifária. Vai entender… Desde que a Alupar, subsidiária da Alusa e acionista majoritária da usina, desistiu do projeto, todas as tentativas do governo de encontrar um substituto deram com os burros n’água. Houve conversas com Cemig e EDF, mas ambas recuaram. O receio do Ministério de Minas e Energia é que o atraso na construção da usina cause um descompasso no fornecimento de energia na Região Centro-Oeste – com capacidade de 400MW, a hidrelétrica de Sinop é fundamental para o equilíbrio entre a oferta e a demanda do insumo nos próximos quatro anos. Resumo da ópera: entre correr o risco de desabastecimento de energia no Centro-Oeste e jogar mais um esqueleto no ossuário contábil da Eletrobras, o governo já fez sua opção. Dentro deste cenário, caso seja forçada a arcar integralmente com os custos, a Eletrobras alimenta a esperança de recuperar, ao menos, parte do investimento no médio prazo. A estatal trabalha com a expectativa de que talvez seja mais fácil buscar um sócio após a inauguração da usina, quando os custos de construção já estarão amortizados e o futuro sócio terá garantia firme de receita.

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