Nextel passa um rádio Á  procura de um sócio no Brasil

  • 7/10/2013
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Em meio a  fusão entre Oi e Portugal Telecom e a  conturbada transferência do controle da TIM, mais uma operadora de telefonia está na prateleira. A Nextel pretende vender parte do capital de sua subsidiária brasileira. Segundo uma fonte ligada a  companhia, um banco de investimentos norteamericano já foi contratado como adviser. A negociação deverá envolver até 30% da Nextel Brasil. A princípio, por se tratar de uma participação minoritária, o figurino da operação parece feito sob medida para um fundo de private equity. Ainda assim, ao menos um grupo da área de telecomunicações já teria manifestado interesse no negócio: a chilena Entel, que comprou recentemente o controle da Nextel Peru. Ao optar pela venda de uma fatia do capital, a Nextel parece seguir a velha e surrada máxima de “entregar os anéis para não perder os dedos”. O Brasil não é o Peru, de onde os norte-americanos saíram definitivamente. O mercado brasileiro é peça indispensável na engrenagem da companhia. A subsidiária responde hoje por metade do faturamento mundial do grupo – em torno de US$ 6 bilhões no ano passado. Ou seja: reforçar a Nextel Brasil significa injetar capital diretamente na veia de toda a operação global. Antes, no entanto, o grupo precisa salvar sua galinha dos ovos de ouro, que tem mostrado sérios problemas de fertilidade. A busca de um sócio para a Nextel Brasil reflete o momento delicado da empresa. O que era a grande aposta dos norte-americanos para alavancar a operação brasileira até agora tem sido o algoz da subsidiária. A empresa despejou mais de R$ 5 bilhões na implantação de sua rede 3G. O investimento, no entanto, está longe de render o retorno esperado. No ano passado, a Nextel Brasil registrou um faturamento da ordem de US$ 2,9 bilhões, US$ 550 milhões a menos do que em 2011. Por sua vez, a receita média por usuário (ARPU) caiu 24%. Ao longo do ano, a empresa perdeu cerca de cinco mil clientes no país. A rentabilidade também veio abaixo. Em 2012, a subsidiária ainda teve um ganho de US$ 317 milhões – mesmo assim, metade do valor alcançado no exercício anterior. Neste ano, no entanto, o lucro evaporou. No segundo trimestre, a empresa teve US$ 1,3 milhão de prejuízo, contra um resultado positivo de US$ 96 milhões no mesmo período em 2012.

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