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Ao chegar a mandatário da Nação, Eduardo Campos quer reger gente altamente preparada e com inequívoco propósito de rejuvenescer, revigorar e inovar na gestão do Estado. Há um laivo de Fernando Collor em todo esse viés modernizante – certamente uma semelhança distante, Deus queira! Campos acha que os conceitos que podem ser capturados são dinamismo, vontade de trabalho, avanço do social, reformas “invisíveis” pelo aumento da competitividade, refundamento do aparelho de regulação e uma reinvenção do Estado que tenha como eixo a produtividade e a valorização dos seus funcionários. Para pensar e executar esse compêndio programático, o pernambucano quer mosqueteiros afinados entre si, com uma trajetória de debate e pensamento comum. Um time entrosado como foram Henrique Meirelles e Antônio Palocci. Campos não tem o viés autoritário de Dilma Rousseff e tampouco sofre da sua dificuldade de sedução, mas nutre veleidades intelectuais. Acha que seu programa de governo tem de namorar o povo e o empresariado. Ele já tem os preferidos para constituir seu staff. Muitos deles ignoram sua predileção. Algo similar ocorreu durante o governo de Ernesto Geisel, quando pastas importantes, como a da Fazenda, tiveram seus convites feitos no dia seguinte a indicação. Logo após a confirmação de seu mandato, Geisel enviou o general Golbery do Couto e Silva como emissário para convidar Mario Henrique Simonsen, que tomou um susto com a convocação. Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos, possivelmente agiria da mesma forma. Campos, por algum curioso capricho do destino, quer escalar nomes que já ladearam o desafeto Ciro Gomes na produção de um programa reformista e emancipador, mantendo a atual âncora no social. Alguém se lembra da “Agenda Perdida”? E quem seriam os “agendadores”? Uma patota que já fez isso no período da primeira campanha eleitoral de Lula, foi adotada por Palocci, não se queimou politicamente e traria uma brisa de novidade para o núcleo duro do governo. Estamos falando de Marcos Lisboa, Armando Castelar, José Alexandre Scheinkman, Aloísio Araujo e Samuel Pinheiro, entre outros. Digamos que o grupo dos sonhos de “Edu” tenha em comum uma visão menos dogmática, com uma pegada mais microeconômica, estruturante e pró-regulatória. Haveria ainda o luxo de ter Scheinkman, o mais festejado economista brasileiro na academia norte- americana, vestindo as armas do BC. Mas tudo ainda são desejos e conjecturas. Por ora, Campos é um arremedo de candidato. E mesmo que o seja, entre a vontade e o sucesso existem estradas não raras vezes intransponíveis. Mas que Campos adoraria cingir todo o time perdido pelos “irmãos Gomes”, isso ele adoraria.
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