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Alstom negocia aquisição em meio ao escândalo do metrô

  • 20/08/2013
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O escândalo da Alstom, acusada pela Siemens de integrar um cartel formado para a venda de equipamentos ao Metrô de São Paulo com preços superfaturados, é motivo de grande aflição para Robson Andrade, presidente da CNI. Para desgosto do empresário, não poderia haver hora mais imprópria para o caso vir a  tona. O episódio estoura justo no momento em que os franceses negociam a compra da Orteng, fabricante de componentes eletrônicos e elétricos controlada por Andrade. Há tempos o empresário procura um sócio para a companhia, em nome da própria longevidade do negócio. A Orteng tem sido empurrada para um cantinho da sala pelos grandes grupos internacionais que dominam o setor no Brasil, como ABB, Areva, Schneider, Siemens e a própria Alstom. Não vai ser Andrade que conseguirá sozinho concorrer com esses pesos-pesados. Hoje, a Orteng fatura por ano cerca de R$ 600 milhões. O empresário está convicto de que é possível duplicar este valor em apenas dois anos, desde que tenha um sócio anabolizado disposto a bancar o plano de investimentos da companhia. Procurada, a Alstom disse “desconhecer a negociação”. Já a Orteng não se manifestou. As tratativas entre Alstom e Robson Andrade têm sido marcadas por alguns desencontros. Incialmente, o empresário teria se mostrado disposto a vender o controle da Orteng. Depois voltou atrás, limitando a operação a uma fatia de 49% do capital. Para os franceses, o negócio só faz sentido se puderem ter uma participação majoritária e a gestão da empresa. Para contornar o impasse, Andrade acena com uma solução no meio do caminho. A Alstom levaria agora 49% e ficaria com a opção de compra de um novo lote de ações em até três anos. É até difícil imaginar a Alstom empenhada em fechar uma aquisição no Brasil no momento em que afunda em uma grave crise institucional e jurídica. No entanto, os franceses consideram prioritária a compra de ativos no setor de equipamentos elétricos e eletrônicos. Eles próprios vêm perdendo espaço não apenas para os grandes players europeus presentes no país, mas também para concorrentes recém-chegados do Oriente. Fabricantes chineses têm desembarcado no Brasil com sua tradicional agressividade na formação de preços. Em tempo: Robson Andrade confia que seu reinado na CNI é suficientemente cleaner para evitar que a malfeitoria da Alstom respingue na negociação da Orteng.

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