Credores da Imbra mostram os dentes para a GP

  • 8/08/2013
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A Imbra, finada empresa de tratamento odontológico que já custou a  GP Investimentos um write off de US$ 180 milhões, promete causar ainda mais prejuízos e uma desgastante batalha jurídica para a gestora de private equity. Um grupo de ex-funcionários da companhia prepara-se para entrar na Justiça contra a GP. Deverá trazer a reboque bancos, fornecedores e clínicas credenciadas, que ficaram ao Deus-dará após a falência da empresa, decretada em 2010. Os credores da Imbra, que já davam o caso como perdido, ganharam novo fôlego com a recente decisão da Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá no processo que opõe a GP e os sócios fundadores da operadora de planos dentários, Fernando Correa Soares e Rodrigo Martins de Souza. O conselho arbitral anulou a venda da companhia para o Grupo Arbeit, consumada em junho de 2010. Fernando Soares e Rodrigo Souza, que, a  época, eram sócios minoritários, acusam a GP de ter fechado a negociação da Imbra na calada da noite, sem consultá-los, descumprindo o acordo de acionistas. A operação é até hoje cercada de controvérsias. Na ocasião, a empresa foi vendida pelo valor simbólico de US$ 1. Apenas quatro meses depois, teve sua falência decretada. Consultada pelo RR, a GP disse que “não comenta boatos”. A decisão da Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá reinflamou um doloroso siso que a GP já acreditava ter arrancado. Na prática, o posicionamento do conselho arbitral não apenas reabre o caso como reacende o risco de que todos os compromissos não honrados pela Imbra caiam no colo da gestora de recursos. A rigor, o veredito em questão beneficia apenas os fundadores da companhia, autores do processo, que, entre outras consequências, passam a ficar isentos de qualquer execução judicial. No entanto, está aberto o caminho para que os demais credores avancem na direção da GP, uma vez que a venda para a Arbeit e todos os atos posteriores seriam automaticamente anulados. Quando teve sua falência decretada, a empresa de planos dentários, que chegou a reunir a maior rede de clínicas especializadas do país, já somava um passivo de R$ 250 milhões. Em dois anos, a GP despejou no negócio quase US$ 200 milhões, dinheiro que acabou corroído pelas cáries financeiras da Imbra.

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