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O BNDES deverá provocar uma descarga elétrica na Copel. O banco teria sinalizado o interesse de se desfazer de sua participação na distribuidora de energia, o que, uma vez confirmado, causará uma reviravolta nos planos do governo do Paraná para a empresa. Neste caso, sairia de cena a pretensão de criar uma “Cemig do B”, com múltiplos negócios em diversos segmentos e ramificações em outros estados, e entraria em seu lugar uma Copel mais singela, focada em seu core business original. Sem o BNDES ao seu lado, a companhia dificilmente escapará de uma revisão em seus planos de expansão e de um corte dos investimentos previstos para as áreas de geração e transmissão. A tendência é que todo o fôlego financeiro fique concentrado no segmento de distribuição. A guinada não pararia por aí. Segundo uma alta fonte do governo do Paraná, a companhia deverá alienar ativos alheios ao setor de energia, que, ao longo do tempo, foram sendo empilhados sobre seus ombros por diferentes governos. Entrariam neste pacote suas participações na Sanepar, Compagas e Sercomtel. Procurada, a Copel disse desconhecer o interesse do BNDES em vender sua parte no capital. A empresa negou mudanças em seu plano de negócios. O banco de fomento, por sua vez, não quis se pronunciar. A fonte do RR crava que a Copel poderá arrecadar mais de R$ 2 bilhões com a venda de suas participações nas três estatais. Essa é a parte boa da história. A ruim é que os próprios dirigentes da Copel receiam que dificilmente a empresa conseguirá se desfazer destas ações no timing necessário. Sanepar e Compagas não estão em seus melhores dias. A concessionária de saneamento faz contorcionismos para cumprir a ampliação da rede de distribuição no estado. Ao mesmo tempo, tem sido obrigada por prefeituras a engolir contratos em condições menos vantajosas para não perder a concessão em diversos municípios. No caso da Compagas, a situação é ainda mais preocupante. A empresa está com o pires na mão. Dia sim, outro também tenta convencer a Petrobras a ampliar a oferta de gás no estado a preços de ocasião, uma forma de reduzir seus altos custos com o insumo. Já a Sercomtel, nem se fala. Não é fácil encontrar um investidor disposto a colocar os pés em uma empresa de telefonia restrita a Londrina e adjacências. O que resta ao governo do Paraná? Ao menos no caso da Compagas e da Sanepar, talvez colocar a conta no colo do próprio estado. Caberia ao acionista controlador das duas estatais comprar as ações nas mãos da Copel, o que funcionaria como uma capitalização enviesada da empresa de energia. Bizarro!
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