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O mercado secundário das manifestações

  • 28/06/2013
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“Quem ganha com isso? O setor de autopeças, os fabricantes de carrocerias, a indústria ferroviária, as empresas de ônibus, as concessionárias de rodovias?” Estas são as perguntas que movem a Fiesp. Segundo fonte do RR, a entidade desandou a fazer conta de tudo que é lado na tentativa de mapear o destino dos R$ 50 bilhões alardeados por Dilma Rousseff para investimentos em mobilidade urbana. Em se tratando da casa de Paulo Skaf – mezzo líder do empresariado, mezzo candidato a qualquer coisa – tudo pode sair desse matagal: desde um levantamento técnico mostrando o potencial multiplicador dos gastos para toda a cadeia da área de transporte ou um destampatório de críticas ao governo. Façam suas apostas. Seja qual for a motivação por trás do procedimento, Paulo Skaf vislumbrou a oportunidade de colher dividendos intangíveis a partir das medidas anunciadas por Dilma Rousseff. Trazer os números para o seu palco pode ser revelador, tanto para o bem quanto para o mal. Mesmo porque, até o momento, nem o próprio Planalto conseguiu explicar o que está contido na cifra jogada a  mesa. A exemplo dos investimentos feitos nas arenas e demais iniciativas vinculadas a s Copas das Confederações e do Mundo, parece que o governo esqueceu o que é valor adicionado. Sabe-se lá por que decidiu subtrair essa explicação da sua comunicação. Da mesma forma como se desconhece o quanto destes R$ 50 bilhões anunciados para o PAC da Mobilidade Urbana se refere a investimentos na veia, subvenções ou mero recapeamento de projetos. O que há são dados dispersos, soprados de um canto ou de outro do governo. Fala-se em um custo de até R$ 2,4 bilhões ao ano para a desoneração do diesel, assim como de outros R$ 600 milhões para compensar o corte de tributos estaduais e municipais. Entende- se que a presidente Dilma queira responder a s demandas das ruas e Skaf, atender ao seu eleitorado empresarial. O que se ouviu da mandante-mor da República, porém, foi confuso. Espera-se que o discurso da Fiesp não confunda ainda mais. Em tempo: procurada pelo RR, a entidade negou que esteja produzindo um estudo sobre o tema.

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