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Acervo RR
A fauna de investidores dispostos a comprar terras no Brasil ostenta uma biodiversidade amazônica. Está em curso uma negociação que deverá juntar no mesmo hectare Warren Buffett, Blairo Maggi, Rubens Ometto e os herdeiros de Cecílio do Rego Almeida. Que ecossistema! A Berkshire Hathaway, gestora de fundos capitaneada por Buffett, costura com Ometto e Maggi a criação de uma empresa voltada a aquisição de propriedades agrícolas no país. A pitada de polêmica deverá ficar por conta da entrada em cena dos filhos de Cecílio Almeida. O mais provável é que eles ingressem no projeto em uma segunda etapa, aportando terras pertencentes a família na Região Amazônica. Não custa lembrar, estas mesmas propriedades foram alvo de denúncias de irregularidade e de processos judiciais quando o empreiteiro ainda estava vivo. A ligação entre as diversas pontas da operação vem sendo feita por Blairo Maggi. Há pouco mais de um mês, executivos da Berkshire Hathway estiveram no Brasil visitando terras no Centro-Oeste e na Região Norte. As novas regras que restringem a presença do capital estrangeiro no setor, sancionadas pelo presidente Lula na semana passada, mudaram o plano de voo dos investidores. A gestora norte-americana seria a acionista majoritária, o que funcionaria como uma isca para atrair outros fundos internacionais. A posição agora será obrigatoriamente dos sócios brasileiros. A expectativa dos acionistas é de um aporte inicial de US$ 400 milhões para a compra de propriedades agrícolas. Rubens Ometto e Blairo Maggi, ressalte-se, deverão entrar no negócio como pessoas físicas. Cosan e Grupo André Maggi vão ser mantidos do outro lado da cerca. Ainda assim, não ficarão totalmente alheios ao negócio. São grandes as possibilidades de parceria com as duas empresas por conta das sinergias em jogo. Parte das terras adquiridas será usada para o plantio de cana-de-açúcar e de soja.
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