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Quem vai pagar o pato da indústria?

  • 8/05/2013
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Por trás dessa avassaladora discussão sobre produtividade da indústria, existe um lobby ribombante pela recuperação das margens do setor, quer seja por meio do aumento do câmbio real (pau na moleira do assalariado), quer seja por uma majoração dos juros reais. O argumento brandido para a elevação das taxas é o temor de um recrudescimento da inflação. Mas o que a turma quer mesmo é um pouquinho a mais de juros para a recomposição da sua receita financeira. Tem gente no governo que namora um Plano Real III, ou seja, a adoção de uma maxidesvalorização do real – de forma a cobrir as perdas históricas da indústria -, a contenção dos ganhos salariais nominais e a elevação da taxa de juros para segurar a inflação baixinha, compensando o trabalho com uma renda real maior em função do declínio da carestia. São muitas combinações ao gosto de cada freguês, mas, no fundo, é tudo uma questão de preço. A indústria quer remarcar seus produtos na vitrine, seja lá qual for a composição dos expedientes. Um lobby dessa proporção removeria montanhas, não fossem as eleições de 2014 e as convicções de Dilma Rousseff. Talvez fosse o caso da indústria dividir o custo dos ganhos de produtividade com o trabalhador, reduzindo suas margens. Mas essa proposta é quase uma distopia para os nossos briosos empresários fabris.

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