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A Eletrobras acredita ter encontrado uma saída – mesmo que seja uma fuga pela porta dos fundos – para se livrar das seis distribuidoras federalizadas que pesam sobre seus ombros e seu caixa. A rota de escape passa pela Equatorial Energia, controlada por Gilberto Sayão e outros ex- BTG. A estatal costura a transferência do sexteto – Manaus Energia, Boa Vista Energia (RR), Eletroacre, Ceron (RO), Cepisa (PI) e Ceal (AL) – para a Equatorial pelo valor simbólico de R$ 1. A Eletrobras não está reinventando a roda, e tampouco a holding de Gilberto Sayão descobriu a pólvora. Trata-se de formato idêntico ao adotado na incorporação dos antigos ativos de distribuição do Grupo Rede pela mesma Equatorial. Consultada, a Eletrobras não retornou. Já a Equatorial informou “não comentar rumores de mercado”. Ao assumir as seis distribuidoras, a Equatorial terá de engolir mais de R$ 1,5 bilhão em dívidas. Mas não existe almoço grátis. O grupo topa ficar com esses anéis enferrujados, mas desde que leve também alguns dedos da Eletrobras. Para fechar negócio, a Equatorial exige que a estatal siga como acionista minoritária por um tempo determinado. Ou seja, até um segundo momento, as dívidas das federalizadas, mesmo que em proporção menor, continuarão batendo no caixa da empresa. A Equatorial enxerga a permanência da estatal como uma espécie de “seguro- ossada”. Trata-se de um hedge contra surpresas desagradáveis que eventualmente venham a ser encontradas no balanço das seis distribuidoras. Além disso, aos olhos da Equatorial, a presença da Eletrobras será importante para atrair outros investidores. A estatal não tem muito margem de manobra. Após ter injetado mais de R$ 5,5 bilhões nas federalizadas, qualquer passo para longe destas empresas, ainda que um pé fique temporariamente preso ao negócio, é jogo. O que move Gilberto Sayão e seus confrades a entrar num grupo de empresas que acumulou prejuízos de R$ 800 milhões entre janeiro e setembro de 2012? Os acionistas da Equatorial entendem que a estatal já fez a pior parte da faxina, que será ampliada com uma política rigorosa de corte de custos semelhante a implantada na Cemar. Ao mesmo tempo, os financistas da holding estão convictos de que conseguem ser muito mais duros na negociação com os credores do que a própria Eletrobras, o que lhes permitiria eletrocutar parte expressiva da dívida e reerguer as distribuidoras. Para o bem de seis estados e alívio da própria estatal, que assim seja!
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