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O Banco Espírito Santo (BES) e a Caixa Econômica Federal (CEF) estariam perto de selar uma parceria para a criação e gestão de Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) – um dos principais instrumentos usados pelo banco estatal para financiar projetos de infraestrutura. Segundo informações obtidas junto a CEF, o acordo incluiria o lançamento de quatro FIPs. Procurado, o Espírito Santo não quis se pronunciar. Já a Caixa negou o acordo com os portugueses. Entende- se até porque ela queira negar, já que a escolha do BES é um tanto quanto controversa. No entanto, segundo uma fonte próxima aos lusitanos, o contrato para a criação do primeiro fundo já estaria alinhavado. O lançamento ocorreria até junho. Segundo a mesma fonte, outro fundo sairia ainda nesse ano – os dois restantes ficariam para o primeiro semestre de 2014. A meta seria captar cerca de R$ 5 bilhões. O BES teria se comprometido a mergulhar de cabeça na derrama e arrancar uma parcela expressiva dos recursos junto a investidores europeus. Tomara! Até para afastar o mau agouro ao seu redor. A iminência do acordo entre a Caixa e o Espírito Santo vem causando perplexidade no mercado. Algumas cassandras chegam até a duvidar que um banco com uma operação tão restrita no país e com raízes fincadas em uma economia aos frangalhos tenha pernas para acompanhar a CEF em uma caminhada mais longa. No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, talvez a fragilidade do Banco Espírito Santo seja o seu maior handcap para uma parceria com a Caixa. Para a instituição brasileira, o acordo com os portugueses traria a reboque a garantia de baixo risco de fricção e de mando absoluto na administração dos recursos. É pouco provável que o BES queira ser mais realista do que o rei e dividir a curva na gestão dos futuros fundos. Dificilmente isso ocorreria com um banco de maior porte e com expressivo poder de fogo no mercado nacional. É sintomático que, até hoje, a Caixa só tenha se associado a “bancos da família”, leia-se BB e BNDES, em operações congêneres. A própria direção da CEF teria questionado a viabilidade de uma parceria com um investidor privado na gestão dos FIPs, em razão das dificuldades para casar os interesses de parte a parte ? a começar pelo timing e pela expectativa de retorno dos projetos. No entanto, a promessa firme de captação de recursos no Velho Mundo, por um lado, e a possibilidade de colocar um pé no segundo maior banco do Brasil, de outro, são motivos para aplainar estas dúvidas.
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