Acervo RR

Amsted Industries é uma locomotiva sem freios no Brasil

  • 8/02/2013
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A Amsted Industries está disposta a passar por cima de um dos sobrenomes mais tradicionais da indústria brasileira e, se for necessário, até mesmo do BNDES. Tudo para assumir o controle – e, consequentemente, promover a desnacionalização – de uma das maiores fabricantes de equipamentos ferroviários do país: a Amsted Maxion. O grupo tem feito forte pressão sobre a paulista Maxion, leia-se a família Ioschpe, sua parceira no negócio. O objetivo dos norte-americanos é aumentar sua participação na joint venture de 50% para 70%, empurrando os sócios brasileiros para o vagão de trás. A Amsted está jogando toda a sua supremacia financeira sobre a mesa, com o intuito de dar um rápido xeque-mate na Maxion. Segundo fontes ligadas a  família Ioschpe, além do pagamento referente a  compra dos 20% adicionais na joint venture, os norte-americanos acenam com um aporte de capital. O valor seria da ordem de R$ 150 milhões. Procurada pelo RR, a Amsted-Maxion não se pronunciou. A Amsted acredita ter a faca, o queijo e os sócios na mão. O grupo parte da premissa de que o futuro da Amsted-Maxion depende de seus movimentos e aportes no Brasil. Ou seja: por esta linha de raciocínio, a Maxion não teria fôlego, poder de barganha e muito menos capacidade de resistência para sair deste córner. Os norte-americanos estão convictos de que os Ioschpe nem têm muito o que pensar. Vão aceitar ser minoritários de uma operação bem maior e mais capitalizada em vez de ter a seu lado um sócio insatisfeito e com enorme má vontade em aportar recursos na joint venture. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas a Amsted sabe que esta leitura do jogo de xadrez só se aplica se a família Ioschpe permanecer solitária do outro lado da mesa. No entanto, os norte-americanos já se preparam para um duelo bem mais encarniçado. Neste caso, que venga el BNDES! O banco é dono de 7% da Maxion. O eventual avanço dos norte-americanos sobre o controle da Amsted-Maxion vai inteiramente contra a política de fomento do BNDES, baseada no fortalecimento de grandes grupos nacionais. Nada mais natural, portanto, que o banco resolva comprar o barulho da Maxion, erguendo uma barricada contra a investida da Amsted. Um caminho lógico para isso seria um aumento da participação do BNDES no capital da holding, o que daria ao grupo brasileiro munição financeira para brecar as intenções expansionistas dos norteamericanos na fabricante de equipamentos ferroviários. Adivinhem o que os Ioschpe estão esperando?

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