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Acervo RR
As relações entre o governador do Paraná, o tucano Beto Richa, e Maria das Graças Foster têm sido marcadas por abalos sísmicos. O epicentro dos tremores é a Compagas. Richa traça um futuro complicado para a distribuidora estadual de gás e joga a conta no colo da Petrobras, dona de 24,5% da empresa. Aponta a estatal como principal responsável por um quadro de engessamento da Compagas. Segundo fontes do governo do Paraná, a Petrobras estaria fazendo corpo mole para acertar a aprovação de novos investimentos na companhia, o que estaria dificultando a execução do plano de expansão da rede de distribuição. Richa joga mais lenha na fogueira. Tem propalado que a postura da Petrobras praticamente inviabiliza o projeto de venda de uma parte da distribuidora estadual para investidores privados. Entre os candidatos, estariam a Cosan, sócia da paulista Comgás, e as japonesas Mitsui e Sumitomo. O raciocínio é que ninguém se arriscará a investir na empresa enquanto a Petrobras permanecer de braços cruzados. Diante desse cenário, o governador paranaense tem cobrado da estatal o aumento dos investimentos na Compagas. Por enquanto, aos ouvidos de Graça Foster, os brados de Richa vêm soando como fracos sussurros. Neste momento, todas as atenções de Graça estão voltadas ao cumprimento do plano estratégico da companhia. Adicione-se a isso a crescente perda relativa de importância da distribuição de gás no mapa de negócios da Petrobras – ver RR edição nº 4.536. Procurados, o governo do Paraná e a Petrobras não quiseram comentar sobre o assunto. Para acirrar ainda mais os atritos, Richa tem sacado do bolso um estudo recente feito pela Secretaria de Energia do Paraná. De acordo com fontes do governo, o documento indica que, em até cinco anos, o consumo industrial de gás no estado vai superar a oferta disponível, criando um déficit energético. Mais uma vez, as flechas são atiradas contra a Petrobras, responsável pelo fornecimento do insumo a concessionária estadual. Richa alega que o iminente gap na distribuição de gás no mercado corporativo é outro empecilho a negociação de parte do capital da Compagas.
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