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EPL muda o figurino da Valec para não sair dos trilhos

  • 4/01/2013
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Apesar do anúncio feito recentemente pela presidente Dilma Rousseff de medidas para expansão da malha ferroviária brasileira, o papel da Valec ainda está sendo examinado e deverá passar por mudanças até meados deste ano. O principal artífice da nova modelagem da estatal é o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Entre as novidades, está a possibilidade de a Valec terceirizar a comercialização da capacidade de transporte de carga das novas ferrovias. Pelo formato atual, a Valec compra toda a capacidade de carga e depois negocia no mercado o direito de passagem na ferrovia com os interessados no modal. Figueiredo defende a flexibilização para que a Valec possa reduzir o risco de prejuízos nas operações. Desta forma, as empresas parceiras poderão atuar como trading comprando e vendendo capacidade das novas ferrovias. Surgiria assim um mercado de balcão que aumentaria a concorrência no uso dos trechos e reduziria o custo de transporte da carga. Outro ponto estudado pela EPL é o aumento da autonomia financeira da Valec. Semelhantemente ao que ocorre na Petrobras e na Eletrobras, a estatal teria liberdade de contratação de pessoal e de serviços, de aplicação dos recursos e de participação em empreendimentos privados como sócia. A ideia é amenizar ou eliminar os prováveis prejuízos com a contratação da capacidade de carga das novas ferrovias, especialmente nos trechos de grande concorrência com rodovias e hidrovias privatizadas. Procurada pelo RR, a EPL não se pronunciou. Para que a Valec versão 2.0 funcione, Bernardo Figueiredo defende a criação de um sistema de blindagem para a companhia, que sempre foi intensamente alvejada por uma saraivada de interesses políticos. A redoma incluiria a adoção de um modelo de gestão privado, com direção formada por executivos do mercado e a formação de um corpo técnico contratado por concurso. As medidas deverão dar a  Valec estrutura para suportar um crescimento da sua importância no setor de transporte e, mais do que isso, do caixa. A estimativa da EPL é de que a companhia passe a ter receita anual em torno de R$ 10 bilhões nos próximos cinco anos e vai figurar entre as três maiores compradoras de capacidade das ferrovias do país no período de quatro a seis anos.

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