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Petrobras redesenha os dutos societários no mercado de gás

  • 6/11/2012
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A Petrobras está rearrumando a teia das suas empresas de logística do gás para dobrar o tamanho da sua controlada Transportadora Associada de Gás (TAG). A operação permitirá um salto do faturamento da TAG dos R$ 4,5bilhões registrados no ano passado para algo próximo de R$ 8 bilhões. Mais do que um mero remanejamento acionário, a engenharia é tratada na empresa como um movimento estratégico. A estatal espera abrir caminho para ampliar sua participação na Transportadora Brasileira do Gasoduto Bolívia Brasil(TBG) e, por extensão,aumentar seu poder sobre a logística do gás boliviano em solo brasileiro. É neste ponto da história que entra a TAG. A Petrobras vai concentrar na subsidiária todas as suas participações no setor. O ponto chave é justamente a incorporação das ações da estatal na TBG – operadora do lado brasileiro do gasoduto- e na Gas Transboliviano(GTB) – responsável pelo lado de lá da fronteira. A reboque, a TAG vai assumir também as participações da Petrobras nas menos votadas Transportadora Norte brasileira de Gás (TNG), na Transportadora do Meio Norte(TMN) e na Transportadora Sul Brasileira (TSB). A operação terá de passar pelo crivo dos demais acionistas da TBG e da GTB,uma lista formada por diversas etnias empresariais e credos estratégicos. Estão neste rol Shell, Transredes,Prisma Energy – que herdou os ativos da Enron -,BG, EL Paso, Total e a sempre complicada estatal boliviana YPFB. Em meio a este processo, a Petrobras pretende costurar também a ampliação da sua fatia societária na TBG. Hoje, a participação é de 51%. Sua intenção é avançar para algo próximo dos 70%, comprando parte das ações hoje pertencentes a  BG e a  YPFB.Procurada, a Petrobras não quis se pronunciar. Em tempo: o modelo de toda esta operação repousava há cerca de cinco anos em alguma gaveta da Petrobras.Ele foi originalmente concebido em 2007, durante a gestão de Ildo Sauer na diretoria de energia e gás da estatal. Não por coincidência,o projeto ressuscita pelas mãos de Maria das Graças Foster, que sucedeu o executivo na diretoria de gás e energia e conhece de cor cada vírgula e cada ponto da proposta.

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