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Grupo Martins flerta com um futuro sem seu sobrenome

  • 29/10/2012
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Se quisesse, o empresário Alair Martins poderia ter sido prefeito de Uberlândia, tamanha a sua popularidade local. Mas o filho pródigo da terra preferiu ser rei, e, há mais de 50 anos, de um pequeno armazém de secos e molhados criou um dos maiores grupos atacadistas do país – orgulho e patrimônio da região. Natural, portanto, que cada cidadão de Uberlândia esteja apreensivo, tanto com as notícias que vazam entre os muros do Grupo Martins quanto com o próprio futuro da rede atacadista. Segundo informações filtradas junto a  companhia, “Seu Alair” tem se distanciado gradativamente do comando do negócio. O afastamento é emblemático e vem causando perplexidade até mesmo entre seus colaboradores mais antigos. Martins não desgrudou da gestão nem mesmo em 2010, quando deixou a presidência e contratou um executivo profissional, Walter Faria. Dentro do próprio grupo, o movimento despertou a percepção de que Alair Martins estaria preparando o terreno para a venda do controle da rede atacadista. Coincidência ou não, nos últimos meses, alguns candidatos têm batido insistentemente a  porta da empresa, um ativo dos mais cobiçados, com faturamento anual superior a R$ 4 bilhões. Segundo uma fonte próxima a Martins, a Cencosud teria procurado o empresário recentemente. Após compra do G. Barbosa, do Bretas e do Prezunic, esta seria a primeira investida dos chilenos no atacado no Brasil. De acordo com a mesma fonte, o norte-americano Advent e o BTG Pactual também teriam sinalizado interesse na compra de uma participação ou até mesmo do controle do Grupo Martins. Além de levar uma das maiores atacadistas do país, comprar a empresa significa levar na mesma cesta a rede Smart, uma espécie de cooperativa varejista que reúne mais de 1,3 mil supermercados de pequeno e médio portes, todos com gestão e compras centralizados no próprio Martins. Procurado, o Grupo Martins negou a venda do controle e informou ter implementado “um processo de governança corporativa que inclui a estruturação profissional da gestão executiva”.

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