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Goldman Sachs e Barclays sobrevoam os canaviais brasileiros

  • 23/10/2012
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As medidas adotadas pelo governo para conter o processo de desnacionalização da indústria sucroalcooleira – leia-se empréstimos do BNDES e, sobretudo, a associação da Petrobras Biocombustíveis com empresas brasileiras – têm se revelado um bagaço de cana. Como se não bastasse o sucessivo desembarque de grupos estrangeiros no setor, está em curso um segundo ciclo de invasão, desta vez capitaneado por fundos de investimento. A fila é puxada pela Goldman Sachs e pelo Barclays. Private equities administrados pelos dois bancos norteamericanos estão em busca de usinas de açúcar e álcool no Brasil. A dupla tem a companhia de um pool de fundos de alto risco, mais conhecidos no mercado de capitais como “abutres”. Como não poderia deixar de ser, as investidas dos norte-americanos estão concentradas em empresas com notórias dificuldades financeiras, presas fáceis para as aves de rapina prestes a pousar nos canaviais brasileiros. O script prevê a aquisição de parte do capital ou do controle, o saneamento destas empresas e sua posterior negociação. Um dos alvos dos fundos é o Grupo João Lyra, há anos em crise. Dono de três usinas em Alagoas e duas em Minas Gerais, o conglomerado carrega sobre os ombros uma dívida superior a R$ 1,2 bilhão. Por algum tempo, o empresário e deputado federal João Lyra contou com o luxuoso auxílio de antigos aliados políticos, a começar por Fernando Collor de Mello – o ex-presidente teria sido decisivo para garantir, por um bom tempo, um contrato de fornecimento de etanol entre o grupo alagoano e a BR Distribuidora. Mas a fonte secou e já há algum tempo Lyra busca um comprador para o negócio. Trata-se de uma operação intrincada. A venda do controle ou até mesmo de parte do Grupo João Lyra depende da anuência dos credores e, sobretudo, da Justiça. No fim de setembro, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas decretou a falência da empresa. Outra empresa na mira de Goldman Sachs, Barclays e cia. é a Shree Renuka do Brasil, controlada pelo grupo indiano de mesmo nome. A companhia também passa por uma entressafra financeira. Seus investimentos, notadamente a compra de duas usinas no Paraná, causaram um efeito colateral: uma dívida superior a R$ 1 bilhão. A empresa não estaria recebendo novos recursos da matriz, o que a torna um alvo em potencial para os fundos norte-americanos. Procurado, o Grupo João Lyra não retornou. Já a Shree Renuka não quis se pronunciar

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