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Vinci Partners espalha um cheiro de take over na PDG

  • 6/08/2012
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Para a PDG Realty, governança corporativa e disclosure parecem não passar de uma espessa parede de concreto. O recém-aprovado aporte de capital mediante a emissão de quase R$ 800 milhões em bônus de subscrição deixou os acionistas da incorporadora com pulgas, cobras e lagartos atrás da orelha. Um grupo de minoritários de alta patente, formado por grandes gestoras de recursos – entre elas estariam as norte-americanas BlackRock e T. Rowe Price -, vem levantando questionamentos a  operação. Estes acionistas enxergam a capitalização como uma manobra da Vinci Partners, mentora da emissão de bônus, com o objetivo de preparar o terreno para um futuro take over da PDG. Para estes minoritários, há questões fulcrais relativas ao aumento de capital que permanecem sob brumas. Uma dos pontos vistos como enevoados é a participação que a gestora de recursos de Gilberto Sayão passará a ter após a conversão dos bônus em ações. Os minoritários alegam que os números cogitados na empresa não teriam sido devidamente abertos para todos os sócios. As informações são desencontradas. Segundo o executivo de um dos fundos acionistas da PDG, na incorporadora fala-se que a fatia da Vinci poderá oscilar de 12% a 21%. Ainda que este percentual dependa do volume de ações convertidas, os minoritários consideram que a taxa de dispersão é bastante elevada. Sobretudo partindo-se da premissa de que a própria Vinci já manifestou o interesse de subscrever pouco mais de 80% dos bônus, o que tornaria praticamente impossível que ela ficasse apenas com 12% do capital. Procuradas pelo RR, PDG e Vinci Partners não quiseram comentar o assunto. Os minoritários desconfiam também que a Vinci teria deixado a cama arrumada para se aproveitar de gincanas jurídicas e antecipar o prazo de conversão dos títulos, originalmente previsto para 2016. Ao se tornar o principal sócio individual da companhia, o private equity se aproveitaria de todo o seu peso e poder de influência para fisgar as ações em poder dos minoritários. Se, com apenas 1% da construtora, Gilberto Sayão e cia. conseguiram aprovar a proposta de aporte de capital de R$ 800 milhões, imaginem o que poderão fazer tendo mais de 20% da incorporadora.

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