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Acervo RR
O governador Antonio Anastasia prepara uma profunda mudança na estrutura de negócio da Gasmig. Guardadas as devidas proporções, a empresa vai dar um passo além em relação a estratégia de expansão adotado pela Cemig nos últimos anos. Além da consolidação de ativos, com a compra de participações ou do controle de distribuidoras estaduais, o projeto prevê a ampliação do espectro de atuação da estatal. A Gasmig vai entrar no transporte de gás natural de longa distância. Investirá também na instalação de terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Procurada pelo RR, a empresa confirmou que avalia projetos de GNL, mas não se pronunciou sobre a entrada na área de transporte. Segundo estimativas do governo mineiro, o projeto deverá demandar investimentos da ordem de R$ 600 milhões. Os recursos sairão do próprio caixa da Gasmig e, sobretudo, do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Tudo o que for feito em nome dos bons negócios do governo mineiro, Aécio Neves agradece. O virtual candidato a presidência da República deve colher por muito tempo ainda os dividendos “políticos” da gestão de Anastasia. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas há um senão no caminho da “Nova Gasmig”. Antonio Anastasia tem o querer, mas não o poder absoluto. A reestruturação da empresa passa necessariamente por Guido Mantega, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, e por Maria das Graças Foster. Dona de 40% da Gasmig, a companhia tem peso decisivo na aprovação do novo plano estratégico da distribuidora mineira. Isso para não falar especificamente da compra de participações em concessionárias de gás. Neste caso, a Petrobras está nas duas pontas, uma vez que a Gaspetro participa do capital de 25 distribuidoras estaduais, em muitas delas com poder de influência sobre a decisão de privatização. Diante deste contexto, o impasse é simples e direto: ou a Petrobras age conforme seus interesses comerciais e estratégicos ou atua de acordo com as definições políticas do governo. Aprovar o plano de expansão da Gasmig e, ao mesmo tempo, pavimentar seu ingresso em outras empresas do setor seria como colocar uma azeitona na empada de Antonio Anastasia e um camarão na de Aécio Neves. Com a palavra, a Petrobras.
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