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Governo do Espírito Santo se cansa de dizer amém Á  BR

  • 23/07/2012
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Nas últimas semanas, o presidente da BR Distribuidora, José Lima Netto, intensificou o hábito de almoçar sozinho nos restaurantes próximos a  sede da empresa, no Maracanã, Zona Norte do Rio. Entre uma e outra lasca de bacalhau, um de seus pratos preferidos, tem usado os momentos de solidão para refletir sobre os crescentes problemas ao seu redor. Como se não bastasse a presença cada vez mais constante de Maria das Graças Foster a atazanar sua vida, o executivo enfrenta agora um inflamável embate com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. O motivo da discórdia é a concessionária estadual de gás, integralmente controlada pela estatal. Segundo uma fonte do próprio governo capixaba, Casagrande estuda entrar na Justiça contra a BR. A alegação é que a empresa não tem feito os investimentos previstos. Para todos os efeitos, a BR teria revisto os valores em decorrência dos cortes no planejamento estratégico da nave-mãe, a Petrobras. No governo do Espírito Santo, a justificativa não cola. A interpretação é de que a estatal tem aproveitado a dieta financeira da holding como pretexto para postergar os aportes na concessionária capixaba e, desta forma, destinar os recursos a projetos considerados como de maior prioridade. Contudo, se Casagrande bater na porta da Petrobras vai ouvir que a decisão não é dela, mas da BR. Procurada, a BR informou que os investimentos na distribuidora vêm sendo cumpridos e que mantém relação de “absoluta normalidade” com o governo capixaba. Por sua vez, o governo do Espírito Santo informou manter “excelente relacionamento com o Sistema Petrobras”. Os fatos, contudo, são caprichosos e parecem caminhar em outra direção que não a apontada pelas duas partes. De acordo com a mesma fonte, Renato Casagrande tem pressionado José Lima Neto a aceitar um redesenho da composição societária da distribuidora. O objetivo seria abrir as portas da empresa para fundos de investimento. Casagrande também tem se articulado para que o estado passe a ter uma fatia minoritária do negócio. A alegação é que a BR ergueu um muro em torno da empresa, com o intuito de afastar o estado da gestão. A concessionária capixaba é uma empresa sui generis em vários sentidos. Foi uma das últimas distribuidoras de gás a ser constituída no país. No que diz respeito a  Petrobras, o negócio é uma jabuticaba. Trata-se da única empresa do setor em que a estatal detém 100% das ações. É também um caso raro em que sua participação não se dá por meio da Gaspetro, mas, sim, da BR. Na ocasião, a empresa desembarcou no projeto pelo fato de ser a responsável pelo fornecimento do gás. Parafraseando o dito popular, a concessionária é um exemplo de que empreendimento que nasce torto cresce torto.

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