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BB faz pescaria no mercado de seguros

  • 10/07/2012
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Se um Banco do Brasil incomoda muita gente, um Banco do Brasil seguradora incomoda muito mais. Guardadas as devidas proporções, o BB prepara uma operação-arrastão no mercado de seguros similar a  que fez com a incorporação em série de bancos estaduais. O objetivo da instituição é jogar a rede ao mar e comprar participações em seguradoras de médio porte, que, isoladas, pouco pesam na balança, mas, uma vez reunidas, poderão fazer diferença e alavancar a posição do banco neste mercado. A instituição já tem alguns alvos em seu radar. Segundo informações filtradas junto ao próprio BB, dois nomes têm sido repetidos com mais recorrência dentro do banco: Alfa Seguradora e Excelsior. O RR apurou que o BB já teria mantido contatos preliminares com a Alfa. Seu objetivo é comprar 49% da seguradora de Aloysio Faria. Este modelo de participação minoritária, aliás, deverá ser replicado nas demais aquisições para evitar que as empresas sofram com as amarras intrínsecas a estatais. A Alfa exemplifica o perfil de companhia que o Banco do Brasil pretende fisgar. No entendimento da estatal, trata-se de uma seguradora com potencial de crescimento, mas sem musculatura suficiente para competir, sozinha, com o andar de cima do setor. Com foco em produtos para pessoa física, notadamente nos ramos residencial e autos, a Alfa fechou 2011 com cerca de R$ 270 milhões em prêmios, alta de apenas 8% em relação ao ano anterior, e patrimônio líquido em torno de R$ 90 milhões. Para efeito de comparação, o patrimônio de apenas uma das seguradoras do Grupo BB, a Aliança do Brasil, é superior a R$ 1 bilhão. A pernambucana Excelsior, por sua vez, tem um cardápio de negócios bem mais sortido do que o da Alfa. Uma parte razoável de sua carteira está ancorada no ramo vida. No entanto, a empresa oferece seguros garantia, aeronáutica, habitacional, responsabilidade civil, entre outros. Controlada pelo empresário Luciano Bivar, ela registrou cerca de R$ 130 milhões em prêmios ganhos em 2011. Seu patrimônio líquido está na casa dos R$ 40 milhões. O que mais atrai o Banco do Brasil é o fator geoeconômico. Com a compra da Excelsior, o banco ampliaria sua operação no Nordeste, região considerada estratégica pelas expressivas taxas de crescimento nas vendas de seguros nos últimos anos. Procurado pelo RR, o BB comunicou que “não comenta boatos de mercado”. A Alfa, por sua vez, informou “desconhecer o assunto em questão”. A Excelsior negou qualquer negociação com o BB. Além de pedalar seu crescimento no setor, o Banco do Brasil está disposto a aproveitar a eventual temporada de aquisições como fator motivador de uma organização de seus ativos na área de seguros. Hoje, sua operação neste mercado é composta por uma ampla teia de subsidiárias específicas para cada segmento. A reestruturação destas empresas é uma missão complexa, até pelas diferenças na composição societária – embora, hoje, ao contrário do que ocorria no passado, o BB tenha basicamente um só parceiro: a espanhola Mapfre. Uma das ideias seria pendurar todas as empresas embaixo da Aliança do Brasil. A direção do banco entende que a reestruturação permitiria um melhor aproveitamento das sinergias entre as seguradoras do grupo. Em tempo: antes que alguém faça alguma ilação precipitada, ressalte- se que as seguradoras cobiçadas pelo BB vão muito bem, obrigado.

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