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Graça Foster encosta Tereos e São Martinho contra a parede

  • 3/07/2012
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No alto-comando da Petrobras é esperado que, qualquer dias desses, Maria das Graças Foster apareça na imprensa bombardeando os sócios privados da companhia na área de etanol. Graça tem feito críticas sistemáticas ao modelo de negócio da Petrobras Biocombustíveis e a  postura de seus dois principais parceiros no setor sucroalcooleiro: a francesa Tereos e a São Martinho. Nos últimos meses, a convivência entre a estatal e os dois grupos atingiu altas temperaturas. De acordo com informações filtradas junto a  própria Petrobras, “Graciosa” resolveu avançar contra as duas empresas. A executiva quer porque quer ampliar o poder da estatal na gestão da Açúcar Guarani, sociedade com os franceses, e na Nova Fronteira Bioenergia, joint venture com a São Martinho. Sua percepção é que a capacidade de influência nas decisões estratégicas e até mesmo no dia a dia das duas empresas é desproporcional e incompatível com a sua expressiva participação no capital. A Petrobras Biocombustível detém 31,4% da Guarani. No caso da Nova Fronteira, sua fatia é ainda maior: 49%. Procuradas, Petrobras, São Martinho e Tereos não quiseram comentar o assunto. Um dos principais pontos de atrito são os distintos interesses comerciais que movem a Petrobras e seus sócios. Tanto Tereos quanto São Martinho estariam privilegiando as exportações. A estatal, no entanto, tem como prioridade o abastecimento do mercado interno, até como forma de influenciar na arbitragem dos preços do etanol. Graça Foster entende que a companhia não tem conseguido cumprir esta missão no nível desejado. Mais uma vez, os tiros disparados por Graça atingem a gestão de seu antecessor. A estratégia de atuação da Petrobras Biocombustíveis, baseada em sociedades com investidores privados, foi sancionada por José Sergio Gabrielli. a€ época, foi a forma encontrada pela estatal para montar rapidamente uma expressiva estrutura de produção. No entanto, a atual diretoria da Petrobras entende que a empresa acabou se tornando uma espécie de arrimo de família de seus sócios, sem ter a devida contrapartida na gestão das duas joint ventures. Os investimentos da estatal na Guarani, no período 2010-2015, devem passar de R$ 1,5 bilhão. No caso da Nova Fronteira, a Petrobras Bicombustíveis está desembolsando mais de R$ 500 milhões na expansão da usina Boa Vista, em Goiás.

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