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A Comissão de Valores Mobiliários está de olho no frenético movimento de compra e venda das ações da OGX nos últimos dois dias. Na quartafeira, o papel caiu 25,33%. No pregão de ontem, em determinado momento, alguns bem instrumentados predadores entraram no mercado, elevando a cotação do papel. O suspiro dos preços foi direto para o bolso das rapinas. Logo depois, as cotações despencaram. Essa jogatina teria sido protagonizada por alguns dos bancos sobreviventes do fatídico 15 de setembro de 2008 – o mercado aposta suas fichas que um deles é o Morgan Stanley – e por uma grande instituição financeira brasileira, todos produtores de relatórios bastante negativos para a empresa. A operação “denigre, compra e vende”, alternando movimentos e anabolizada por um tiroteio de boatos, é comum nas bolsas. Mas, em se tratando da petrolífera de Eike Batista, tudo se torna superlativo. Há mais do que indícios de que a OGX é alvo de um ataque especulativo, ou seja, uma ação em bloco de players que usaram as mesmas ferramentas on time. A mudança nas estimativas de produção, sem dúvida, colaborou para a ação predadora. Mas, isoladamente, não seria o rastilho para um estouro tão agressivo. A OGX foi vítima de uma circunstância de múltiplos fatores. A aversão ao risco, decorrente da crise financeira internacional, teria colaborado com algumas gotas de veneno no caldeirão bruxuleante das bolsas. Não obstante a fuga de recursos para títulos do governo norte-americano, os negócios da holding EBX têm dado provas de sobra de solidez mesmo em ambiente de incerteza econômica, sendo um porto seguro para fundos soberanos, notadamente asiáticos. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, acrescentou alguns galões de confusão inflamável ao episódio. Graça simplesmente desqualificou todo o planejamento da estatal e jogou abaixo do nível do mar as projeções de produção de óleo. A manobra é inteligente, porém manjada. Como colocou a base dos resultados bem baixa, muito provavelmente irá superar permanentemente suas estimativas, debitando na conta de José Sérgio Gabrielli os supostos “erros” do passado, e, na sua, os louros do presente. A operação de Maria das Graças contaminou em algum quantum a OGX. De qualquer forma, sem a virótica intervenção dos “piranhas” – como são denominados, pela professora Maria da Conceição Tavares, os bancos com maiores mandíbulas – dificilmente as ações da OGX passeariam de montanha-russa. Os predadores se esquecem dos fundamentos dos projetos em nome da lucratividade imediata. Não existe empreendimento sólido para os “piranhas”. A OGX tem sido vítima dessa anomalia, tratada como normalidade em um ambiente de negócios intrinsicamente enfermo. A memória geral é curta. O projeto de exploração da empresa já foi testado de todas as formas possíveis. Foi construído desde a concessão da licença das áreas de petróleo ao início das operações em um prazo de quatro anos, recorde no mundo. A qualidade dos poços foi auditada pelas mais respeitadas consultorias do setor. E o empresário que avaliza o empreendimento dispensa comentários. Eike aniquilou o estigma de que riqueza era um atestado de má conduta e mudou a cara do capitalismo brasileiro, resgatando os grandes investimentos privados em economia física. O pregão de hoje promete novas emoções. Com a palavra, a CVM.
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