Acervo RR

Equatorial mira na Celpa com a munição da Eletrobras

  • 14/06/2012
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Surgiu um novo personagem na novela protagonizada pela Celpa. Trata-se de Gilberto Sayão. A Equatorial Energia – controlada pelo Vinci Partners, fundo comandado pelo ex-Pactual e alguns de seus antigos sócios – manifestou ao Grupo Rede e ao ministro Edison Lobão o interesse em assumir a distribuidora paraense. A principal motivação é a possibilidade de sinergias decorrentes da proximidade territorial com a maranhense Cemar, pertencente a  holding. As conversas ainda são preliminares, mas a Equatorial já sinalizou a intenção de assumir 51% da Celpa, o que lhe garantiria o controle da distribuidora. O Grupo Rede permaneceria no negócio minoritário. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, em se tratando da empresa paraense, não existe almoço grátis. A Equatorial só topa se sentar a  mesa da Celpa se boa parte da conta for para o bolso da Eletrobras. Por conta, entenda-se a entrada da estatal no capital da distribuidora, com uma fatia pequena, e, consequentemente, a federalização de uma parcela expressiva da dívida da empresa, hoje na casa dos R$ 2 bilhões. Procurada pelo RR, a Equatorial informou que “não comenta rumores de mercado”. O Grupo Rede não quis se pronunciar. Gilberto Sayão e cia. jogam o jogo. Atuam, principalmente, em cima da preocupação e da pressa do governo em arrumar um sócio para a Celpa. No Ministério de Minas e Energia, a situação da distribuidora é classificada como gravíssima. Vozes mais pessimistas chegam a falar até no risco de interrupções no fornecimento de energia no Pará. Diante da delicada situação financeira da Celpa, o consenso no governo é que o negócio só sai com dinheiro público. A própria Cemig, um transatlântico se comparado ao barco de 60 pés da Equatorial, sondou o Grupo Rede, mas também condicionou qualquer possibilidade de negócio a  presença da Eletrobras – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 3.932. A diferença é que, neste caso, a holding federal ao menos teria uma participação bem maior, consequentemente com mais poder na gestão da distribuidora. O problema é que, se o modelo proposto pela Equatorial for levado adiante, o governo vai ter de encontrar uma boa justificativa para o fato de a Eletrobras assumir uma parcela expressiva da dívida sem, ao menos, ficar com o controle da empresa paraense, ao contrário do que fez na federalização de outras concessionárias estaduais. Haja criatividade

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