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Acervo RR
No momento em que o setor ferroviário brasileiro vive importantes mudanças, a começar pela iminente associação entre Cosan e ALL, uma das maiores operadoras do mundo prepara seu desembarque no país. A China Railway Engineering Corporation (CREC), que controla metade dos 90 mil quilômetros da malha ferroviária do país asiático, está chegando ao Brasil com velocidade máxima. A companhia negocia com os governos do Pará e de Mato Grosso a construção e operação de uma linha entre Santarém, no Pará, e Cuiabá, que seguirá o traçado da rodovia BR-163. Executivos da empresa também já estiveram na Casa Civil e no Ministério dos Transportes apresentando seus planos para o Brasil. O apetite dos chineses pode ser medido pelas cifras envolvidas logo em sua estação primeira no país. A CREC garantiu aos governos do Pará e de Mato Grosso financiamento de bancos chineses que deverão cobrir até 40% dos investimentos necessários. O restante deverá ficar a cargo do BNDES, do Basa e dos governos de ambos os estados. O custo da ferrovia entre Pará e Mato Grosso ainda não foi oficialmente definido. Mas, pelos cálculos do grupo chinês, o investimento na implantação dos mais de mil quilômetros de trilhos desse trecho não sairá por menos de R$ 10 bilhões. O trecho entre Santarém e Cuiabá é apenas uma perna de um dos maiores projetos em infraestrutura de transportes em pauta no Brasil. O traçado completo da BR-163, referência para a ferrovia, vai da cidade paraense até o Rio Grande do Sul, cruzando o Centro- Oeste. Ao entrar nesta primeira etapa, a CREC acredita que se credenciará como um forte candidato a construção de novos trechos ou até mesmo de toda a ferrovia. Má notícia para a própria ALL. A investida dos chineses é uma locomotiva na direção da empresa brasileira. A nova ferrovia construída pela CREC será uma alternativa de escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste. A ALL é justamente uma das principais responsáveis pelo transporte de grãos e derivados da região.
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